quarta-feira, março 19, 2014

"PROCURANDO MONICA"

José Trajano

Acabei de ler “Procurando Monica”, de José Trajano. Emocionante, fácil e prazeiroso de ler, mas ficou aquele sentimento de “Deja Vu”. Trajano fica nos devendo o “grand finale”, em outro livro talvez. E ainda, já que começou como memorialista, um livro sobre sua trajetória de jornalista esportivo e que revolucionou a profissão e a crônica esportiva, mais suas andanças pelo Brasil e pelo Mundo afora vivendo e trabalhando ao mesmo tempo.
Em “Procurando Monica”, ao final fiquei esperando a cena entre Zézinho e Monica, como Jofre Soares  e Mirian Pires, se amando  carnalmente como no memorável filme de 1977, de Cacá Diegues, “Chuvas de Verão”. Quem sabe na continuação...
Me vi retratado ali, como diria minha amiga Maria Luiza Araújo, na cena inacabada como eu e a moça penapolense de Sorocaba, que nem ata nem desata. Ela resistindo a nova vida e eu frustrado e incompleto, indo em busca de não um  amor intenso, mas uma paquera dos tempos de juventude na querida Penápolis e que finalmente pode render algo de novo em minha vida!
Por fim, reproduzo aqui mensagem de meu amigo Luiz Carlos Antero no Facebook:

Luiz Carlos Antero mencionou você em um comentário.
Luiz escreveu: "O José Trajano é o protagonista do meu primeiro emprego, no Rio de Janeiro, nos anos de chumbo da ditadura civil-militar, Luiz. Fui ao Jornal dos Sports indicado por um amigo comum e ele me disse: "a Sheila (era a viúva do Mário Filho, nome de batismo do Maracanã, irmão do Nelson Rodrigues) não está empregando ninguém". No entanto, deu o jeito dele e me manteve por lá por uns dois meses. Foi quando o Celso Itiberê, editor de Esportes do Globo, solicitou que ele indicasse dois repórteres. Eu fui um deles. Entre diversos episódios notáveis, minha primeira cobertura (pauta dele) foi de um jogo entre os times juvenis do Vasco e do Flamengo, em São Januário. Quando cheguei na redação, ensaiei um texto manual; ele rasgou o papel e disse, imperativo: na máquina (ao que lembro, uma Olivetti do tipo gigante). É com orgulho que lembro de ter conhecido esse comunista sanguíneo, solidário, de luta, torcedor do América e rubro até nas opções esportivas. Entre as lendas que corriam ao seu respeito, uma delas é que tomava porres de cointreau (kkkk, um dia, em Brasília, experimentei; é brabo). Mas o melhor mesmo é que eu soube: no ESPN, foi Trajano que inspirou vídeos documentários sobre o período da ditadura, temas políticos diversos, envolvendo inclusive heróis como o Osvaldão. Quero ler esse livro "procurando Mônica".

Eu acrescento que além de Trajano, na ESPN tem o Helvidio Mattos, figura impar com quem trabalhei nos “Diários Associados”, de São Paulo, que fez realidade as idéias e projetos de Trajano!


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