segunda-feira, outubro 28, 2013

Faleceu "Calucho"! Todos estamos de luto!

Nota de José Reinaldo Carvalho divulgada na madrugada deste dia 30 de outubro!
Cumprimos o doloroso dever de informar que nosso irmão Carlos Olímpio Martins de Carvalho (Calucho) faleceu na madrugada de hoje, 30 de outubro de 2013. Calucho tinha 56 anos, era economista e sócio da empresa de publicidade Tempo Propaganda. Ingressou em 1974 nas fileiras do Partido Comunista do Brasil, do qual foi membro dos comitês dirigentes da Bahia e do Distrito Federal. Deixa dois filhos, Bruno e Aline, esposa (Jara), quatro netos e três enteados (Naum, Tiago e Taís). O quinto neto nascerá em dezembro deste ano. Eterna saudade. Seus irmãos, Margarida Marques,Diude Carvalho Pereira Augusto Carvalho, Isa Maria Carvalho e José Reinaldo Carvalho.As cerimônias fúnebres transcorrerão no Cemitério Jardim da Saudade, em Salvador, Bahia até as 15 h 00.







Calucho intervindo numa  conferencia sobre o 8 Congresso do PCdoB em 1992

Uma profunda tristeza se abateu sobre mim esta tarde, ao saber que meu querido amigo e camarada, quase ou mais que irmão, Carlos Olympio Carvalho, o grande “Calucho”, figura ímpar em generosidade,  companheirismo e coragem, esta no momento travando uma terrível batalha contra o câncer, num hospital de Salvador, Bahia. Fico aqui me sentindo impotente e torcendo, junto com seu irmão José Reinaldo, seu filho  Bruno, sua companheira, seus amigos e camaradas, para que vença esta batalha.

Este câncer que tem atingido ultimamente tantos grandes amigos meus, me deixa furioso e mais ainda, por nada poder fazer para combater e abater de vez esta praga que a ciência e a medicina moderna não conseguem extinguir de vez. Só me resta torcer para que meu querido “Calucho” vença esta guerra desigual e covarde. Outros conseguiram, espero que ele também  consiga. Mas a tristeza  me dói no fundo d’alma por não estar junto dele e ajuda-lo a combater este mal

domingo, outubro 27, 2013

Contra maltratos a animais de qualquer espécie!!

O RESGATE DOS BEAGLES

Dr. Pedro Ynterian, presidente do GAP:

"QUEM SÃO OS TERRORISTAS?"

O qualificativo ECO-TERRORISMO e ECO-TERRORISTA foram criados por aqueles que são

os verdadeiros terroristas da humanidade. Torturar inocentes é um ato de terrorismo, libertar os

torturados é um ato anti-terrorista. Isso foi o que aconteceu em São Roque, na madrugada do dia 18

de outubro, que será marcado na história do nosso país e do mundo, como uma ação heroica de um

grupo de jovens profundamente comprometidos na luta contra a tortura animal.

Alegar que a empresa era legal, porque tinha registro na ANVISA, pode até ser, porém, ante a

lei humana e divina, o que eles faziam com cães e coelhos era sordidamente ilegal, anti-ético

e criminal. Os organismos ambientais brasileiros, estaduais e federais, e até o Ministério de

Agricultura que também tem sua responsabilidade, nunca deveriam ter permitido que um massacre

daquele fosse cometido contra seres inocentes.

Aquele Instituto Royal está a serviço das grandes corporações multinacionais que terceirizam o

trabalho sujo que significa a "Tortura animal". O fundador do Projeto GAP, de defesa dos grandes

primatas, o filósofo Peter Singer, que recentemente nos visitou, poderá ver como sua ideia da

Libertação Animal está começando a penetrar em nossas sociedades.

Os centros de tortura de animais, sejam com chimpanzés, cachorros, coelhos, ursos e qualquer outra

espécie, têm seus dias contados. O resgate dos Beagles em São Roque indica o caminho, ninguém

mais que torture animais, em qualquer canto do mundo, poderá sentir que fará isso impunemente.

A repercussão da libertação dos Beagles em São Roque já está circulando o mundo e assinalando o

caminho.

Porém, não somente isso é tortura e terrorismo. Terrorismo e terroristas também são os que mantém

milhões de animais trancafiados em zoológicos, para divertir o público. Terrorismo e Terroristas

também são os políticos que apoiam estas atividades, como recentemente o Prefeito de Belo

Horizonte, Márcio Lacerda, que autorizou milhões de reais do dinheiro arrecadado dos habitantes

de sua cidade, para importar gorilas da Inglaterra e Espanha, a preço de ouro e agora pretende trazer

orangotangos e outros animais para o Zoológico da cidade.

Terrorismo e terroristas são os que destroem as famílias de grandes primatas e outras espécies,

para vendê-las ou permutá-las com zoológicos de outras fronteiras. Terrorismo e terroristas são os

diretores e administradores de zoológicos que falsificam laudos de necrópsia e de nascimento, para

poder dar destino a animais sob seus cuidados, trocando-os por favores ou dinheiro.

Terrorismo e terroristas são os que exploram grandes primatas, ursos, tigres, leões e outras

espécies, em espetáculos circenses e os mantém engaiolados a vida toda, a fim de explorá-los

comercialmente.

O absurdo de todo este resgate dos cachorros Beagles era que essa empresa, financiada oficialmente

pela FINEP, órgão do governo federal, tinha uma tecnologia obsoleta, para testar componentes

de produtos cosméticos. Hoje em dia em países do primeiro mundo está eliminado o uso de

animais para testar estes tipos de compostos. Mais absurdo ainda é que a própria ANVISA aceita

metodologia para testar componentes de cosméticos, quando existem outras mais modernas, já em

poder das grandes multinacionais.

É importante acrescentar, para que o jornalismo investigativo tente desvendar as origens de toda

esta operação de tortura animal, que o Instituto Royal é uma entidade "sem fins lucrativos", foi

criado em 2009, com financiamento - talvez - a fundo perdido pela FINEP e tem uma filial que

funciona no Campus da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Essa "caixa de Pandora" pode

revelar informações ainda mais interessantes.

O resgate dos Beagles tem um enorme significado, porque, como as últimas manifestações de

junho, se multiplicaram via redes sociais que imediatamente veicularam informações detalhadas da

operação, quando a imprensa tradicional nem sabia do que se tratava.

A capacidade de resposta que este movimento espontâneo da sociedade está criando, desperta a

esperança que nem o poder econômico, nem o poder político corrupto, possam impedir no futuro,

que os direitos dos animais, sejam finalmente reconhecidos por nosso sistema judiciário.

Em poucas horas, nas redes sociais, mais de 200.000 pessoas se ofereciam para aceitar os cães

resgatados e mais de 85% da população se pronunciava contra os testes em animais. Isto é um

conquista que ninguém pode mais impedir e que consolidará a causa da Libertação Animal.

Os paradigmas da nossa sociedade estão mudando. Não está longe o dia em que todas as gaiolas

serão abertas - em laboratórios, zoológicos, circos e cativeiros de qualquer tipo - não se torturarão

mais nenhum inocente sob pretexto algum e aqueles que durante todos estes anos foram os

verdadeiros terroristas da humanidade, desaparecerão da face da Terra.

Dr. Pedro A. Ynterian

Presidente, Projeto GAP Internacional

Notícias do GAP 22.10.2013

sexta-feira, outubro 18, 2013

Aos médicos que se dedicam a saude do povo!!!


Parabens a meus médicos prediletos: Hudson Mourão Mesquita,Isnaldo Piedade de Faria, Dr, Zéquinha, de Curitiba e Laudelino Sousa Filho, o primeiro ajudou salvar minha vida, os demais estão sempre atentos com meu bem estar e solidarios e são, além de competentes e irretocaveis profissionais,meus amigos de coração!

 Aos profissionais de Cuba que se dispuseram a vir  ao Brasil dedicar-se a nosso povo humilde e esquecido nas periferias das grandes cidades e nos rincões mais afastados de nosso País.

Queria homenagear ainda, quatro médicos comunistas que se desdobram na luta pela revolução e o socialismo e o exercicio da medicina: Renato Rabelo,Walter Sorrentino e Jamil Murad! E ao Iran Caetano, que se dedica a minorar o sofrimento do povo pobre da periferia da Grande Vitória, além de fazer um trabalho de conscientização e organização politica.

quarta-feira, outubro 16, 2013

Novo artigo de LC Antero discute papel do Partido e dos comunistas


Luiz Carlos Antero: Luta de contrários e centralidade

Parte 2
Afirmamos, no epílogo do primeiro artigo acerca do atualizado dilema central dos comunistas, que não pode pairar nenhuma dúvida quanto à sua política: a histórica e respeitada força política do Brasil não deve celebrar seu ocaso na sua equívoca negação, num falso dilema posto à sua antítese.
Por Luiz Carlos Antero*

E “negacear, ao féretro da dialética, o justo leito de suas múltiplas determinações: a luta, revolucionário impulso vital da vida e da História”. E, aquém das mais elevadas pretensões estratégicas, em sua atual fase tática na democracia burguesa, o berço seguro do voto nos comunistas.

Concluímos, ao deplorar argumentos simplistas sobre nossa inserção institucional, na penumbra de algum festivo mas envergonhado funeral, ou no revelador e abafado contencioso à patética moda do avestruz encapuçado ao solo: “trata-se de um tema acerca do qual não se deve claudicar diante (1) da importância da participação eleitoral dos comunistas e (2) do apoio aos governos iniciados em 2003 — frutos das iniciativas que tem na Frente Brasil Popular, de 1989, seu marco inaugural”.

Uma confluência privilegiada na unidade e luta de ideias “em torno do avesso à ‘doença infantil’, do absenteísmo e isolamento nas batalhas do âmbito da democracia burguesa”, entrelaçada às raízes da conquista de uma inédita mudança num rito de cinco séculos e avanços conquistados nos últimos dez anos em nosso país.

Entretanto, é necessário elucidar ainda mais, ante a renovação da luta de ideias e da necessidade da construção partidária, o rumo do protagonismo de um partido de feição histórica revolucionária e marxista-leninista. Ilustramos de modo concreto, dialético (e, aí sim, “contemporâneo”), ao fenômeno da crescente e cumulativa pressão popular, das multidões nas ruas em junho de 2013 — motivo de equívocas e aflitas, desconexas e vazias leituras diante da ausência de rumos e desvios do fator subjetivo no último decênio.

E reiterado pelas manifestações de outubro no Rio de Janeiro, da pródiga mobilização de professores, estudantes e bancários, o povo firmemente posto ao seu lado.

Programa das multidões

Reafirma-se que, além de compreender o país de hoje, é indispensável, central e urgente o esforço de inserção dos comunistas mediante um afirmativo e unitário programa popular e democrático enquanto fio condutor das lutas de rua — para as quais qualquer ilusão de pauta institucional e toda pausa na movimentação terá sua resposta num sentido provisório e cumulativo, distante do impensável êxito do pensamento ou desejo de uma nova acomodação.

Ao nos debruçarmos ao exame das legítimas manifestações, das exigências postas na ordem do dia, é impossível olvidar que o mundo apenas se transforma pela via do ímpeto das multidões que criticamente clamam, nesta nova onda exemplar, por seus direitos a uma nova política ou contra o abusivo poder dos bancos que recai sobre toda a sociedade.

Este povo tem aguda visão: faz uma má política quem se agacha em todas as instâncias (nos governos, nos partidos políticos, nos diversos meios de controle da vida social). E identifica quem se alinha ao prumo da liberdade, se integra às lutas e apoia a superação dessas práticas do arco da velha, transformando a vida em pequenas ou grandes ações rumo a grandes mudanças de qualidade.

Tudo se realça no país: é notória, por exemplo, a falência do chamado sistema de segurança e o crescimento da violência sobre toda a população. O Estado brasileiro revela absoluta incapacidade ao lidar com problemas sociais acumulados ao longo de décadas e gestões.

Aos comunistas, que tem lado, cabe a inadiável tarefa de pressionar o governo — que, somente tem a ganhar, e muito além do êxito eleitoral —, impulsionar transformações de fundo turbinadas pela energia popular em alta. A falência do Estado deve, de modo implacável e insofismável, ser debitada às elites governantes ao longo de cinco séculos. Aliás, uma obra pendente que avança para guilhotinar essa força renitente, dividida, vacilante e pusilânime — o PT. E, com as esquerdas, as conquistas do povo brasileiro.

Berço factual do voto na urna 

Os avanços de um NPND não dependem portanto da mansa e genuflexa convicção institucional de que o Brasil precisa viver uma era de paz, desenvolvimento e prosperidade social: o pleno sucesso de suas metas requer uma efetiva ruptura com esse passado de trevas e a passagem de novas luzes em seu horizonte. Desde o antigo adágio popular, não se faz omelete com os ovos na casca. É necessário quebrar os velhos interesses e privilégio
s para a realização do novo, adiante das metas meramente reformistas.

Algo que o inimigo de classe antecipa, indiferente e ao largo de qualquer proselitismo revolucionário dos comunistas, ao ofender a população e os trabalhadores com suas inarredáveis políticas de opressão, numa permanente pregação da violência. E espera dos comunistas que prossigam na ilusória construção de grandes bancadas parlamentares para um tempo remoto. E que somente não será guilhotinada caso o partido se converta numa agremiação socialdemocrata em eternos devaneios de imaginário poder.

A partir daí, desde uma visão estratégica, a questão central se apresenta a partir do profundo exame, em suas raízes, dos acontecimentos que agitam hoje o país. Urge disseminar, nas ruas e em todas as redes, um conciso programa desde as necessidades mais imediatas e sentidas do nosso povo, focado no aprofundamento da democracia política e voltado ao combate e superação de um factual simulacro da ditadura do capital financeiro.

E que impede ainda hoje os avanços do governo eleito pelo voto popular rumo à realização das demandas sociais e do desenvolvimento nacional soberano, justo, progressista, de combate à concentração da renda e da riqueza.

Este é o norte estratégico que deve orientar as demandas apresentadas nas ruas. E isso ocorre de modo efetivo no mais avançado prumo do interesse popular, dos programas conquistados, do financiamento da Educação, da nossa caótica Saúde, das lutas pelas reivindicações da mobilidade urbana, do passe livre ao transporte público de qualidade, redução das tarifas de energia, do custo de vida, do fomento a uma enérgica campanha popular pela redução dos juros e formidáveis lucros da casta que, ainda sob os auspícios do Estado, amealha fortunas na jogatina financeira (e retoma fôlego nas prosaicas reuniões do Copom).

Um programa avesso ao receituário da irresponsabilidade fiscal, inflacionária e cambial, da instabilidade engessada ao superávit primário — entre as amarras ao centro hegemônico financeiro mundial.

Trata-se do combate à direita e seu polo conservador, aos seus reacionários setores aliados internos e externos nas ameaças à democracia. O atual terreno da luta de classes, no qual se deve disputar cada milímetro da influência sobre as massas em movimento.

O berço factual do voto na urna.


* Luiz Carlos Antero é Militante do PCdoB-CE

terça-feira, outubro 15, 2013

A luta de classes no centro do enfrentamento com o capitalismo e construção da ruptura que leve ao socialismo!

José Carlos Tisiu: Argumento

-“Olá como vai?
- Eu vou indo e você tudo bem?
-Tudo bem eu vou indo correndo pegar meu lugar no futuro, e você?
- Quem sabe?’’

Por José Carlos Tisiu*
Os versos de Paulinho da Viola alimentaram gerações de militantes, que ousaram com as próprias vidas a enfrentar uma cruel ditadura imposta pelo imperialismo americano e lacaios nacionais.

Um balanço de dez anos dos governos Lula e Dilma em que o PCdoB participa, precisa partir de algumas referências onde estávamos e quais os ventos do norte que ditavam as regras.

A um esforço enorme de várias correntes no campo da história, da sociologia, da filosofia em romper com o materialismo histórico e dialético, sem memória nos perdemos no campo do possível.

A vitória política de 2002 carrega em seu ventre, as profundas mudanças tecnológicas no mundo do trabalho, a queda do muro de Berlim, a derrota programática da frente Brasil popular de 89 á abertura total dos governos Collor e FHC na privatização do Estado brasileiro.

A carta aos brasileiros carrega dentro de si todas as contradições e impasses de uma sociedade secular, autoritária, desigual e que reluta em reconhecer na força de trabalho a força motriz, que ao longo de cinco séculos tem carregando nos ombros o gigante ainda adormecido chamado Brasil.

Portanto uma avaliação deste período não deve trazer dentro de si o estigma da salvação, ou esconder-se na fantasia de uma sociedade irreal, não busca sobrevalorizar nossas virtudes, nem esconder nossas debilidades.

Procurar compreender a realidade concreta com profundidade não é um mero exercício rotineiro, sob o risco de rebaixarmos nossa atuação política.

O tempo é severo com a superficialidade, e duro com aqueles que trazem na alma e no corpo a marca da exploração do capital, o proletariado. Mesmo contrariando as teses daqueles que como Andre Gorz, disse “adeus ao trabalho”.

Numa sociedade onde brotam conceitos e formulações teóricas, a cada momento com o objetivo de negar a luta de classes, é inegável que o Brasil tenha passado por mudanças significativas. Resgatar milhões de brasileiros da miséria e devolver-lhes a possibilidade de se realizarem como cidadãos, ter um olhar de parceria para com a África, América Latina, Oriente Médio, acabar com a vassalagem junto ao imperialismo-americano é fundamental.

Porém e a história sempre tem um, porém - dizia Plínio Marcos.

Um dos aspectos a meu ver de subestimação do governo Lula e Dilma é a luta ideológica e política, o centro do governo e suas alianças cada vez mais caminha por estradas não programáticas, refém de bancadas conservadoras e reacionárias, de todo autoritarismo da mídia, do judiciário, do mercado financeiro, etc. Na disputa política não basta alimentar as necessidades justas do corpo fragilizado, é preciso alimentar também a alma, forjar consciências e construir um campo cujas convicções aprofundem as mudanças estruturais que o Brasil necessita.

Dois séculos depois não podemos e não devemos dar razão à dona Maria I “a louca”, que a nosso destino é ser um grande produtor de produtos de baixo valor agregado.

Os avanços na busca por uma sociedade justa, não se dará por concessões de uma burguesia querendo alcançar o reino dos céus, quatro séculos de trabalho escravo nos ensina, a algema só se romperá com a força dos oprimidos.

O PCdoB só terá força com uma forte identidade de classe, um vínculo profundo com o Estado nacional, defensor intransigente de nossa cultura, soberania, miscigenação, de um Estado laico e da solidariedade internacional.

Por fim é preciso edificar uma política de quadros, que tenha como objetivos nos enraizarmos nas grandes empresas estatais e privadas, nos centros científicos e tecnológicos.

Não basta a indignação por não termos eleito grandes quadros nas capitais, precisamos ficar atentos e buscar respostas sobre o crescente distanciamento e derrotas junto a várias categorias sindicais. A consequência é o aumento de nossa fragilidade nas batalhas eleitorais.

Estamos sendo empurrados para fora dos segmentos organizados, passamos a disputar o voto dos despolitizados, em campanhas de tiros curtos e de conteúdo político rebaixado.

Num cenário de três dezenas de legendas, o recurso fundamental passa a ser o capital, não pode e não devem existir contradições entre as frentes de atuação de um Partido que tem como objetivo construir uma nova hegemonia na sociedade brasileira.

Nossos mandatos precisam ser instrumentos coletivos desta construção, o Partido também não pode ser uma loja de departamentos, onde o específico é mais importante que o todo.

As coisas estão no mundo minha nega, só que é preciso aprender” Segue Paulinho cantando...

*Jose Carlos Tisiu é Membro do comitê Municipal do PCdoB Paulistano- SP

segunda-feira, outubro 14, 2013

DOIS IMPORTANTES E INSTIGANTES ARTIGOS DE PAULO VINICIUS SOBRE O MOMENTO QUE O PCdoB VIVE!!

Harmonizar lutas de ideias, de massa e eleitoral no PCdoB de hoje

Paulo Vinicius

Parte 1

Secretário Sindical do Distrito Federal e membro da Comissão Sindical Nacional

O PCdoB sobreviveu ao revisionismo e ao liquidacionismo graças ao sacrifício de 

destacados camaradas, uma tarefa hercúlea, sob a clandestinidade, o isolamento e o extermínio. 

Tantos heróis e heroínas a sepultar, verdades a saber, e o Partido, de pequenino, foi-se ampliando, 

por sagaz, habilidoso e combativo. É animador haver mais de 300 mil filiados! É um desafio 

manter-nos à altura de nossa História, o que nos obriga a pensar grande. E o Partido que temos 

dependeu da firmeza com que enfrentamos o tsunami neoliberal que varreu o mundo com a Queda 

do Leste Europeu. O PCdoB disse: “O tempo não para, o Socialismo Vive”, no 8º Congresso.

E nos últimos dez anos, conquistamos mudanças na situação de defensiva que abrem uma 

nova luta pelo socialismo, e nosso Novo Programa. O último decênio trouxe novos Estatuto e 

Política de Quadros. Ademais, um balanço histórico das quatro gerações comunistas no Brasil que 

engrandece o Partido, que retoma Prestes em nossa história e afirma o papel imprescindível de João 

Amazona, Pedro Pomar e Maurício Grabois, artífices da resistência que legou ao Brasil o seu 

Partido Comunista. 

Poder-se-ia esperar, em tão pouco tempo, fôssemos todos comunistas, formados? Não o 

creio. Por isso a centralidade na ampliação do Partido das bússolas que orientam-nos no nevoeiro da 

luta política para mudar o Brasil. Ao mesmo tempo, elas definem nossas feições: Partido amplo, 

mas de classe, e assentado em quadros e militantes; com liberdade de opinião individual, mas sem 

frações; com centro único de direção e unidade para lutar pelo Brasil, a democracia e o socialismo, 

cuja expressão imediata é a consecução de um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento.

As mudanças no socialismo e o papel da formulação do PCdoB

Foi na contramão da defensiva estratégica que avançamos para projetos de poder à 

conclusão de que há uma nova luta pelo socialismo, que se dá em meio à crise do capitalismo e do 

neoliberalismo e num período de ausência de um novo paradigma. O socialismo hoje dista em 

muito do que vigeu no século XX. Nos casos Chinês, Cubano, Vietnamita, Laosiano, é uma 

economia mista. Propriedade pública e privada sob o poder socialista. E na Venezuela predomina o 

capitalismo, a despeito dos esforços da Revolução Bolivariana.

Isso causa grande confusão ideológica. Vige ainda a idealização da estatização nas 

experiências socialistas do século XX. O fenômeno com forte motivação militar, por um lado, e 

pela visão de modelo único de socialismo a partir da Europa. Não tenho dúvida de que o avanço do 

nazi-fascismo levou ao imperativo da militarização na URSS.

No período anterior, a opção criadora de Lênin, na década de 20, pouco antes de sua morte, 

propondo a Nova Política Econômica. A prioridade Soviética era um projeto nacional de 

desenvolvimento que integrava as propriedades públicas e privada, joint ventures, capital externo, 

cooperativas e a empresa privada visando ao capitalismo de estado como ante-sala do socialismo, 

uma sociedade superior ao capitalismo, superando o atraso econômico, com a vigência de relações 

feudais, mercantis atomizadas e do mercado ilegal.

O aprendizado da experiência chinesa levou Deng Xiao Ping a relançar as ideias de 

prioridade no desenvolvimento nacional, a partir de formas mistas de propriedade para emular a 

economia, reconhecendo sérios limites à inovação apenas sob o Estado e se propondo 

deliberadamente a incorporar as tecnologias mais diversificadas em um ritmo acelerado de 

crescimento econômico. O socialismo em países sob atraso tecnológico e econômico, ameaçados 

militarmente, exige prioridade às tarefas do desenvolvimento, com o poder socialista sendo seu 

guardião, com feição mais ou menos estatal, segundo muitos fatores. É, hoje, uma política de paz e 

de desenvolvimento econômico.

Se lá é complicado, aqui não é menos. O desenvolvimento é prenhe de tensões, inclusive 

internacionais, já que o as potencialidades ameaçam as pretensões dos EUA. São também conflitos 

sociais a ser mediados, nos quais nem sempre o governo está certo. Há grandes críticas a como se 

lida com tais conflitos, que exigem harmonizar temas complexos e interesses contraditórios.

Vivemos no capitalismo. Lutamos por um desenvolvimento que valorize o trabalho, seja 

sustentável e integrado à América Latina, que acabe com a pobreza extrema e amplie a democracia. 

São grandes as potencialidade do Brasil e é preciso que o país se desenvolva rapidamente, no 

quadro de uma situação internacional instável, marcada pela crise do capitalismo e pela ferocidade 

Desenvolver-se é afirmar a nossa soberania, educar todo nosso povo, não permitir nenhum 

brasileiro na miséria. Para isso será preciso uma outra taxa de investimentos. E é escandaloso que o 

tripé macroeconômico do neoliberalismo siga ainda vigente, cobrando inacreditável fatia do 

orçamento para o rentismo. No entanto, no curso de um período de renovação de portos, aeroportos, 

estradas, arenas esportivas e obras de transporte, dos grandes eventos esportivos, com a 

possibilidade de exploração do Pré-Sal e com um mercado interno com muito para crescer, e com 

bônus demográfico. A juventude, através da educação e do trabalho, pode cumprir um papel 

decisivo como uma geração que conquiste o desenvolvimento no Brasil.

Nesse contexto é que se pergunta se é correta uma aliança de classes que isole o 

parasitismo rentista e abra caminhos à expansão – sob o capitalismo – de um novo ciclo de 

desenvolvimento brasileiro, com crescimento a taxas robustas, com avanço das tecnologias, da infra-
estrutura, da indústria brasileiras. Nessa visão, o que une essa aliança é uma perspectiva nacional e 

anti-imperialista. No NPND, qual o lugar deve ocupar o investimento privado? No rentismo ou na 

produção (e nela nas obras de infra-estrutura)? Ou em nenhum lugar? É inescapável na presente 

quadra, uma política de concessões. É preciso esclarecer melhor o tema para o conjunto do Partido, 

clareando suas motivações e fronteiras. Há, claramente, divergências e pouca clareza sobre o tema e 

sua importância nacional. Isso é ainda mais grave para as necessidades de investimento na Defesa e 

em nossas Forças Armadas.

A defesa do Partido em meio aos desafios atuais

A defesa de uma economia mista até no socialismo e as alianças para o atingir não 

justificam aceitar mudanças no caráter do Partido que somos. Há renovação e permanências.

É muita novidade. Dúvidas se expressam sobre o sentido da militância. Na esquerda persiste 

grande confusão quanto ao caminho a seguir. Valoriza-se o papel do Partido na presente quadra de 

dispersão de forças. Mas há desencanto quanto a partidos, sindicatos, e à luta coletiva, organizada, 

consciente. Há uma campanha de descrença no Brasil e no seu povo trabalhador. E há tentações e 

pressões inerentes à relação do estado com o mercado sob o neoliberalismo.

Nosso balanço autocrítico deve conter os dilemas e limites de nossos governos no 

relacionamento com nossas bases sociais. Temos ousado, é certo, mas também temos enfrentado 

dificuldades em projetar nossa imagem para a sociedade.

Tivemos percalços nesse período. A migração de bases eleitorais, a perda de apoio em 

setores, o perfil de nossas lideranças precisam ser melhor tratados. Ações de governo nem sempre 

resultaram na sucessão de gestões vitoriosas, como no caso positivo de Olinda. Há uma 

singularidade na participação comunista na institucionalidade? Quando deve o partido apoiar uma 

medida? Quando votar contra? Quando romper? Não se vinca uma imagem apenas dizendo sim. 

Como servir ao povo nesse contexto? Como prevenir-nos das pressões lícitas e ilícitas?

O PCdoB é o partido de sua militância

Num ambiente de descrença e incerteza, somos desafiados a reencantar a militância, retomar-
lhe o sentido abnegado que notabiliza a militância comunista. Num passado recente, queridos e 

admiráveis camaradas deram suas vidas por esse ideal que repousa em nossas mãos. 

Outra frase de Cazuza, “Ideologia, eu quero uma pra viver”, é cada vez mais necessária num 

mundo em crise e transformação. O PCdoB deve zelar por um patrimônio único na política 

brasileira: a militância. Você, meu, minha camarada, que ostenta o mais honroso título, segundo 

Amazonas: militante do Partido Comunista.

Atrás dessa palavra há muitos significados. Ser comunista significa um ideal de vida. É uma 

forma de ver o mundo em favor dos mais pobres e dos oprimidos. É ter uma ética, uma determinada 

valorização do coletivo. É ser radical e consequente. Nós não andamos a mudar de partido. Temos a 

certeza científica da superioridade da ação e do pensar coletivos, plasmados na teoria como armas 

para mudar a realidade, e a temos mudado. 

Possuímos uma teoria própria, eficaz, a única que até agora desafiou realmente o poder das 

classes dominantes. E há uma camaradagem entre nós, reconhecemo-nos porque agimos segundo 

certos princípios e um programa. É graças a isso que, de ouvido, em qualquer luta, identificamos: 

está aí um camarada. Temos orgulho do PCdoB.


Parte 2

Harmonizar lutas de ideias, de massa e eleitoral no PCdoB de hoje


 

Sempre há uma solução simples para um problema complexo. Geralmente errada.

Lutas de ideias, social e político institucional eleitoral a serviço do Projeto Partidário

Assim, diante de um momento sem receitas como o atual, aonde ainda vige uma defensiva 

estratégica, o PCdoB concluiu pela articulação dialética de três frentes de acumulação de forças 

dessa época - luta de ideias, luta de massas e luta político-eleitoral-institucional. E a Tese do 

Congresso afirma um pilar fundamental que deve perpassar toda a ação dos comunistas: o 

fortalecimento do Partido.

Essas três frentes de acumulação de forças e a estruturação partidária são achados 

importantíssimos da inteligência coletiva. Nossas ações devem ter sempre um aspecto de luta, 

ideologia (programa) e disputa do poder. E quanto ao poder, diante da inédita duração do atual 

período democrático, o Partido precisa conquistar um eleitorado próprio, crescente em relação ao 

atual, muito baixo. Eleitorado que depende de nossa liderança na sociedade, de nossos laços com o 

Existe essa fatia do eleitorado? Haverá atalhos para o nosso crescimento eleitoral? 

Aproveitamos o processo político eleitoral para a disputa de nossas ideias? Há imensas 

dificuldades ao debate político no Brasil, mesmo sob essa democracia. 

Daí porque o Partido não pode resumir seus desafios à centralidade de uma disputa político-
eleitoral: o caminho de um Partido Comunista não pode nem deve ser o mesmo de um partido 

adequado à ordem vigente. O sistema político atual, fruto da Abertura Lenta, Gradual e Segura, 

possui limitações objetivas a um crescimento eleitoral dos comunistas. É preciso, para crescer, 

influir a partir da luta de massas e da luta de ideias o sistema político, pois não serão recursos nem o 

apoio dos aliados que nos valerão. É preciso contar com as próprias forças, com nossos militantes e 

quadros, para que possamos crescer eleitoralmente.

Assim, também entre nós se joga a batalha sobre o sentido da política e da militância. Parte 

do resultado estará na capacidade de incorporar devidamente as novas filiações numa organização 

única, comunista. Sem forte investimento na formação, sem reconhecer os riscos à identidade do 

Partido, sem enfrentar a autonomização de grupos de interesse, sobretudo a partir da 

institucionalidade, podemos vacilar ante a forte pressão de aliados e do Estado. 

Por isso, Programa e Estatuto tem de ser usados para orientar uma prática política e uma 

expressão próprias, inclusive em votos. Mas, para isso, devemos ter o cuidado de não confundir a 

centralidade de uma batalha, como uma eleição e a mudança na nossa concepção da forma de 

acumulação de forças, em favor de uma exclusivização eleitoral. No enfrentamento de 2014 temos 

o desafio de disputar ideias, afirmar a identidade do Partido, mobilizar o povo, os aliados, o 

movimento social para um papel de vanguarda, integrando todo o Partido numa batalha concreta, 

que é eleitoral. Isso não se confunde com uma postura simplista, meramente eleitoral. Resumirmo-
nos a isso é desarmar-nos diante de um jogo em que não dominamos as variáveis centrais: nem lei, 

nem recursos financeiros, nem tempo de televisão, nem o judiciário.

Urge entender como o Partido se relaciona com o povo, quem representamos. O Partido 

Comunista é o partido do proletariado, da classe trabalhadora. Termos criado a CTB significou um 

salto para nosso Partido nessa questão, fato ainda não absorvido em nosso cotidiano. Somos um 

vigorosa expressão juvenil em nosso país. Somos um partido de mulheres guerreiras, brilhantes e 

protagonistas. Como essa base social pode ser mobilizada antes, para e depois das eleições? 

Mas, com todo o realismo, não deve se perder entre os comunistas a perspectiva socialista, o 

caráter militante, o lastro de classe e a unidade de ação. É certo que nosso resultado de 2014 se 

medirá em votos, mas até o voto há um caminho que só poderá ser percorrido a partir da militância, 

dos filiados, numa férrea unidade de ação focada numa batalha que é eleitoral, é certo, mas que 

reúne múltiplas determinações, que o mero pragmatismo não dá conta de atingir. A ação dos 

quadros exige a noção de totalidade, do concreto como produto de múltiplas determinações. E a 

eleição termina, mas a luta continua, com ou sem governo, deputado, ou senador.

O pensamento complexo das três dimensões da luta pela hegemonia, ideias, mobilização 

social e a disputa político-eleitoral-institucional ganha profundidade com a noção do pilar de 

estruturar o Partido. Por sua riqueza e valor interpretativo, devemos manter assim, sem 

exclusivizações, buscando uma harmonia, e deixando claras as fronteiras do nosso compromisso 

com o Brasil e os Trabalhadores(as)

A exclusivização de apenas uma maneira de acumular forças e a correlação de forças podem 

levar a uma postura pragmática, que secundariza a disputa de ideias na luta eleitoral, que 

secundariza uma mobilização organizada da sociedade. E, pior, pode redundar em desgaste público 

da imagem do Partido e também em instabilidade na nossa vida interna. O Partido não pode 

exclusivizar o poder da representação institucional como a expressão do Partido. A fusão entre 

Partido, Estado e Movimento Social se mostrou daninha ao socialismo. Por que ela seria benéfica 

para a nossa luta pelo Socialismo no Brasil? 

Destaque-se que o sistema político sofre de grande descrédito público. E com razão. 

Vivemos uma democracia limitada, submetida ao poder econômico, com uma maioria conservadora 

secular e enfrentando o poder midiático, e com uma crescente judicialização da política. Não é à toa 

que a luta de massas, com as manifestações a partir de junho mostraram as fragilidades da 

exclusivização da ação político institucional, e mais, demonstrou a interpenetração das frentes e a 

insuficiência da resposta do governo, do sistema político, e a relevância do nosso movimento social 

para as mediações e a proposição de bandeiras que se tornaram vitórias políticas. Nesse caso, a 

simplificação é inimiga da eficácia de nossa ação como comunistas.

O Presidente Renato Rabelo não é deputado, senador, prefeito. Mas o carinho e o respeito da 

militância pela sua direção e trabalho incansável e abnegado fazem dele o nosso líder, que tem a 

maior responsabilidade sobre a unidade e o caráter do nosso partido, mesmo num contexto de uma 

direção coletiva. Essas duas virtudes é que constituem os principais requisitos, muito mais 

importantes que a representatividade institucional. Nem sempre o institucional será o certo, ou 

deverá ter o apoio do nosso Partido ou pode representá-lo. Uma de nossas funções é projetar os 

trabalhadores e trabalhadoras, jovens, e a intelectualidade progressista eleitoralmente, como 

expressão pública. Não podemos ser um partido em que só se elege quem tem dinheiro. O Partido 

Comunista é um lugar de empoderamento do povo.

A atual geração de parlamentares nacionais vem sobretudo dos anos 80 e 90, líderes 

estudantis, sindicais, camponeses, mulheres, intelectuais e artistas, militantes políticos. Há algum 

nível de desgaste natural de mandatos parlamentares ao longo do tempo, por exemplo, 20 anos. Se 

isso não evolui para um patamar distinto, entra em crise. Nosso Partido sabiamente fez a sua 

abertura estruturada pelo Novo Estatuto. Busca lideranças do povo para ocupar esse espaço. É uma 

parte dessa renovação. Devemos reforçar e aprimorar o acompanhamento político dessas novas 

filiações e a gestão de seu potencial – para o bem e para o mal - para a imagem do Partido. 

Nesse sentido, uma postura mais proativa que enfrente de modo mais incisivo as polêmicas 

em torno da disputa do desenvolvimento é fundamental para podermos enfrentar o debate político 

atual n país. Também sofremos ataques diretos da imprensa hegemônica e mesmo de aliados. 

Evidencia-se a necessidade de ter uma efetiva gestão de imagem do PCdoB, atual, com as novas 

tecnologias e uma visão de comunicação e visual.

Mas, e os líderes do povo que representamos, como temos projetado eleitoralmente as 

lideranças populares atuais? Minha opinião é que vivenciamos o fim de um ciclo e que há um 

grande espaço político em 2014 para lideranças do PCdoB. Temos de ter vitória, é certo, e não 

apenas o voto. Temos que crescer o Partido e dialogar com uma parcela da sociedade possa nos 

reconheça, temos de projetar líderes.

Defesa da unidade contra a autonomização de interesses estranhos ao projeto do PCdoB

Por fim, opino que é daninha a formação de grupos de interesse, tendências ou facções no 

Partido. Quando temos essa realidade a partir de quem detém posições de governo e mandatos, pior 

ainda. Com a centralidade do institucional, a militância é alijada por um poder efetivo, estatal, 

estranho ao Partido, vulnerável à cooptação por aliados mais poderosos, como o PT, por exemplo. 

Penso, por tudo isso, que o item 118 deve ser emendado, com a seguinte redação:

118 – As vicissitudes são de certo modo inevitáveis para a esquerda. Hoje, atingem não apenas 

a frente institucional-eleitoral, mas se manifestam também nos movimentos sociais e na luta de 

ideias. Somos desafiados, compreendendo a prioridade das eleições de 2014 para o Brasil e 

para o Partido, a saber sabiamente articular todas as nossas forças na frente da luta de ideias, 

na luta de massas e na frente político institucional. A militância é essencial para a mediação, 

para o lançamento de lideranças com potencial eleitoral e identidade partidária, para uma 

mobilização que signifique uma vitória eleitoral, o êxito na comunicação dos comunistas com 

o povo e um legado de ampliação da influência política e da estruturação partidária.

domingo, outubro 13, 2013

Comunistas de Brasilia!!


Concorrida e exitosa a 17 Conferencia do PCdoB/DF. Discutimos os rumos do Partido no DF e no Brasil e elegemos uma renovada direção para conduzir o Partido nos próximos anos. Na foto abaixo tô eu na ultima cadeira a direita de quem vê, em frente a mesa diretora dos Trabalhos. E Viva o PCdoB cada dia mais jovem, aguerrido e revolucionario!! Terminamos os trabalhos agora a pouco. Agora vamos a luta!

sábado, outubro 12, 2013

Amo minhas crianças!!!


Passar um "Dia das Crianças", sem suas crianças que estão em idades de 43 a 7 anos e alguns meses de idade é muito triste! Falha minha, distancia, esquecimento delas mesmo, ou das mães, que olvidaram, sei lá! Sinto falta de meus filhos e netos! Os amo muito e estou na luta por eles, não só por mim. Já estou no meu tempo! Meu coração está cheio de carinho por elas; Gostaria de ter todas aqui nesta piscina do hotel onde moro! Ver suas risadas. seus aperreios,suas peraltices, enfim, estar com elas seria muito bom. Mas infelismente curto a distancia delas,mas com o coração e o carinho nelas!! Viva minhas crianças. Amo voces de montão!!

AMÉRICA LATINA DEVE CONTINUAR AVANÇANDO CONTRA HEGEMONIA DO IMPERIALISMO AMERICANO!!!

América Latina: três eleições decisivas

131011-Bachelet
Michelle Bachelet, favorita para retornar à presidência do Chile
Forças à esquerda enfrentarão disputas difíceis e importantes na Argentina e Venezuela — mas podem retomar ao governo (talvez renovadas) no Chile
Por Rafael Cuevas Molina no Adital
Após vários anos nos quais forças nacional-progressistas puderam assumir a gestão governamental em vários países da América Latina, aproxima-se um novo ciclo de eleições, que possui distintas conotações em função de cada um dos países; porém, em termos gerais, constitui um momento importante, que possibilitará fazer um balanço do nível de fortaleza de tais projetos.
Dois processos se aproximam a eleições que quase têm um caráter plebiscitário, apesar de que não foram convocadas com esse fim: na Argentina e na Venezuela.
Na Venezuela, serão realizadas eleições municipais em 8 de dezembro após nove meses de gestão do presidente Nicolás Maduro. A Venezuela constituiu, sob a presidência de Hugo Chávez, o projeto dinamizador de alguns dos mais emblemáticos processos que caracterizaram esses governos nacional-progressistas. O próprio presidente Chávez sempre mostrou uma grande energia e entusiasmo ao impulsioná-los, imbuído de um espírito solidário latino-americanista, que não se via desde a Revolução Cubana. Nessas condições, a Revolução Bolivariana concitou adesões e entusiasmos que permitiram viver um espírito de mudança que não se intimidava ante a inovação e a transgressão, com tanto que afirmasse uma via para levar a “algo” distinto ao realmente existente. O desafio de Nicolás Maduro tem sido imenso: estar à altura de tal dinâmica em meio a uma ofensiva da direita que, apesar de nunca ter deixado de brigar para voltar à gestão governamental, nessa oportunidade sente-se ‘envalentonada’ com o inesperado desaparecimento do carismático líder.
Na Argentina, a gestão kirchnerista também passa por um momento de ameaças que se vêm gestando há vários meses, produto da inconformidade de setores médios com as políticas sociais que não os colocaram como centro de sua atenção. Hoje em dia, as classes médias latino-americanas constituem um sério problema para os governos que desejam impulsionar políticas que favoreçam os mais pobres; porém, sobretudo, quando anunciam que querem procurar mudanças mais profundas que possam tocar as estruturas vigentes. Ganhos pela sociedade de consumo, esses setores médios que identificam a felicidade com ter mais, constituíram-se nos mais visíveis opositores da presidenta Cristina Fernández, abrindo a possibilidade de que, nas eleições legislativas que de 27 de outubro, o kirschnerismo perca a vantagem que tem no Congresso.
Outra é a perspectiva no Chile e em Honduras, onde se abre a possibilidade de retorno de agrupações políticas que foram derrubadas do poder pela direita. No caso chileno, a Nueva Mayoría se perfila como virtual ganhadora das próximas eleições presidenciais (em 17 de novembro e 11 de dezembro), com a novidade de ter incluído a forças que poderiam incliná-la para tomar posições mais à esquerda do que tomadas anteriormente pela Concertação, que não só não romperam com o modelo herdado do pinochetismo, mas que o administraram e, inclusive, em alguns casos, o aprofundaram. O argumento do Partido Comunista é que precisamente sua participação nessa aliança possibilitará uma mudança nesse sentido. Em todo caso, as opções que se abrem para o futuro em um Chile marcado pelo protesto social podem ser favoráveis para o movimento popular que tanto tem perseverado na luta e no protesto.
Honduras, por seu lado, enfrenta a possibilidade não só de retorno das forças que constituíram a presidência de Manuel Zelaya, derrocado por aproximar-se ao projeto latino-americanista da Alba (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América); mas, reforçadas por outras mais conscientes e radicalizadas pela luta que levaram a cabo contra o golpe da direita. Para a América Central em seu conjunto, um triunfo de Xiomara Castro, esposa de Zelaya, abriria a possibilidade que outros projetos que acontecem em países fronteiriços, especialmente El Salvador e Nicarágua, pudessem sentir-se mais confiantes para adiantar políticas próprias dessa onda nacional-progressista da América Latina.
Possivelmente, nos aproximamos a uma reconfiguração parcial do panorama político da América Latina, que poderia iluminar acerca de tendências que poderiam ir se cristalizando nos próximos anos.

quinta-feira, outubro 10, 2013

O que os "famosos" temem das biografias não "autorizadas??????

Eu me contive para dar opinião, mas a minha querida combatente Beth Lorenzotti me acionou.

Sobre as biografias de personas:

Do Caetano espero tudo, desde belas canções e grande canto(apesar dos esquivos da musica que fez ao comandante Carlos Mariguella-"Comunista"), ele tem um ego tão grande que sequer precisa de GPS, ele se acha!.
Ser contra biografias não autorizadas que eu diria livre( Cazuza foi biografao e filmado de forma admiravel e não reclamaria, tenho certeza, esteja ele onde ele estiver-Renato Russo tambem) é coiisa de quem tem medo da verdade ou do debate. Caetano ser contra( ele ou a Paula Lavigne?) não me surpreende, mas Chico Buarque, Gilberto Gil, Djavan e outos poucos, me surpreendeu!
Homens publicos e artistas não são donos de si, estão no mundo para serem interpretados e não só admirados! Suas obras e vida privada tambem, na minha opinião modesta é propriedade do publico e do povo.
Se discordam do que escrevem ou descrevem sobre si, tem o contraditório e a (in)Justiça para contestar.Mas deixem que os biografem, o descrevam, critiquem, opinem. È a liberdade que tem para criar e para serem interpretados. que os biográfos tambem usam. E olha que normalmente os biografos são fãs e admiradores de quem biografam.
Então porque o medo?
Espero que os biógrafos ousem e escrevam, enfrentem a (in)Justiça se for preciso, mas escrevam,filmem, fotografem, ousem. Terão nosso total apoio e o publico quer saber tudo, Como diz TomZé( que jamais impediria ou colocaria entraves a quem por acaso-e já tarda- o biografar," nossa vóz não quer calar. Não queremos ficar calados,queremos saber de tudo!
Tô esperando alguem fazer uma biografia autorizada ou não de João Gilberto. Vai surpreemder muita gente saber que ele propagou as idéias leninistas e socialistas entre os musicos e o pessoal da Bossa Nova. Que o digam Carlos Lyra e Sérgio Ricardo. E sua vida e obra merece este evento, independente de tudo.

terça-feira, outubro 08, 2013

Mais um importante artigo para a discussão dos rumos do PCdoB!!

Umberto Martins: O trato das divergências no movimento comunista

Desde a antiguidade os filósofos perceberam que o debate das ideias é um motor do desenvolvimento do pensamento humano. A dialética teve origem na contraposição de opiniões e geralmente é do confronto das ideias que emana a luz do conhecimento. O marxismo foi forjado na luta contra as concepções anarquistas e reformistas. Evoluiu com Lênin no fogo de acirradas polêmicas entre bolcheviques e mencheviques.
Por Umberto Martins*

Mais tarde, Stálin restringiu o debate e puniu as divergências. E o marxismo deixou de evoluir, estagnou. O movimento comunista herdou e ainda hoje incorre em muitos dos erros cometidos pelo camarada Stálin no que se refere ao tratamento das divergências e ao reconhecimento da necessidade da polêmica para o desenvolvimento do pensamento crítico.

É preciso deixar rolar a dança dos contrários, e estimulá-la, para que a filosofia e a ciência avancem. Isto é ainda mais verdadeiro em temas relacionados à política e à economia, em que pese o fato de que neste terreno em geral as divergências têm caráter de classe.

Os debates e as polêmicas que antecedem o 13º Congresso são uma boa oportunidade para o desenvolvimento do pensamento do PCdoB acerca dos desafios presentes e futuros que se apresentam aos comunistas. Afloram relevantes diferenças de ponto de vista, um conjunto expressivo de divergências que se manifestaram também nas conferências já realizadas e nesta Tribuna de Debates.

Lemos por aqui críticas ao estranho conceito de leninismo contemporâneo (há um leninismo do passado que por acaso ficou arcaico?), aos leilões e concessões, à proposta de pacto político entre capital e trabalho, à centralidade atribuída à frente institucional, à secundarização e gradativo abandono do trabalho e organização no proletariado, entre outras. Até agora a resposta a esses questionamentos, que traduzem inquietações legítimas da militância, é um enigmático silêncio, de forma que ficamos sem saber se são ou não justas. As palavras derramadas na Tribuna de Debate serão palavras ao vento? Espero que não.

O debate aberto e a polêmica civilizada são os canais apropriados para o desenvolvimento da teoria marxista, do pensamento e da ideologia comunista. Não há outro meio. Alimentar a chama do processo crítico e autocrítico, potencializando o debate, me parece ser o método mais adequado para tratar as divergências e desenvolver o pensamento revolucionário do PCdoB.

Centralidade do proletariado, teoria e prática

Do ponto de vista teórico ninguém entre nós parece colocar em questão a centralidade da classe trabalhadora (aqui entendida como sinônimo de proletariado) na luta política e no projeto nacional e internacional do PCdoB. Sabemos, porém, que entre a teoria e a prática pode se interpor um abismo imensurável, que é bom não confundir com atalho.

Efetivamente, ao conferir uma ênfase excessiva e quase exclusiva à frente institucional (o que a tese reforça), o Partido tem relegado ao segundo plano o trabalho junto ao proletariado e, na prática, subestimado o papel e a centralidade da classe trabalhadora no projeto comunista. São muitos os exemplos desta subestimação:

A negligência com o estudo e o conhecimento mais profundo da classe trabalhadora, com seu novo perfil e configuração;

A falta de planejamento da construção do Partido no proletariado, apesar das resoluções do 2º Encontro sobre Questões de Partido;

A escassez de críticas à falsa concepção de nova classe média, que na verdade integra a classe trabalhadora, assim como ao sonho social-democrata com um Brasil de classe média. A luta ideológica em torno do conceito, consciência e identidade de classe não devia ser tratada como um pormenor e negligenciada;

O gradual abandono do trabalho de agitação e propaganda nas portas das empresas, que se considera hoje como uma tarefa própria, senão exclusiva, dos sindicalistas.

São muitos os sinais ou provas da subestimação prática do papel da classe trabalhadora na luta política e no projeto nacional e internacional do PCdoB. Isto está em franca contradição com a teoria e o espírito do marxismo, que se orienta pelo princípio da unidade entre pensamento e ação.

O problema foi identificado no 2º Encontro Sobre Questões do Partido, realizado em abril de 2005. Ali se propôs ações concretas para corrigir a subestimação (que então foi considerado uma deficiência), mas a triste verdade é que pouco ou nada foi feito, as resoluções do 2º Encontro viraram letra morta e a situação piorou sensivelmente desde então. Hoje já nem se fala mais disso.

A meu ver a centralidade da ação partidária não deve ser conferida à frente eleitoral e institucional, como propõe a tese, mas à construção do Partido na classe trabalhadora, à ampliação de sua influência e efetiva capacidade de mobilização nos movimentos sociais.

Não devemos alimentar a ilusão de que conseguiremos grandes avanços eleitorais sem uma organização maior e mais sólida nas massas trabalhadoras, que constituem maioria em nossa sociedade. Muito menos num sistema em que a sorte da eleição depende sobremaneira da contribuição e dos favores da burguesia e das peregrinações paroquianas aos templos dos financiadores de campanha.

A história do PT e de Lula, que nasceram no movimento operário e por força deste chegaram ao governo, é muito sugestiva sobre a necessidade de acumular forças no seio da classe trabalhadora como pré-condição para partidos populares crescerem eleitoralmente. É a este propósito que deve se voltar também nossa ação no Parlamento e nos governos, o que hoje não parece ser o caso. A equação deve ser invertida: centralidade para a organização na classe trabalhadora inclusive no trabalho institucional.

É o que sugeriu Amazonas ao se referir à conduta do Partido nas administrações, citado aqui pelo camarada Caio Botelho. “Nosso objetivo é servir ao povo. É ajudá-lo a se organizar melhor, a elevar sua consciência política, a fim de obter novas conquistas”.

É um dever dos comunistas lutar pela preservação do caráter de classe do Partido, especialmente numa época em que o pensamento predominante alardeia o fim das classes sociais e a emergência de uma nova classe média no Brasil. Se o Partido perder seu caráter classista, proletário, estará também perdido para a Revolução.

Talvez se pense que a perspectiva revolucionária seja hoje um sonho do passado projetado nas calendas gregas, uma utopia. Mas é bom refletir melhor sobre a crise econômica e geopolítica do imperialismo e as jornadas de junho por aqui. A história não tardará a entrar em trabalho de parto. O capitalismo não tem futuro e o seu coveiro é a classe trabalhadora, ninguém mais.

*Umberto Martins é membro da Comissão Nacional Sindical do PCdoB.