sábado, março 24, 2012

No aniversário dos 90 anos é bom lembrar quem foi o homem que criou a sigla"PCdoB"

 Moniz Bandeira: o homem que crou a sigla "PCdoB"
João Amazonas um dos fundadores e ideólogo mór do PCdoB. Fez com que o Partido seja o que é hoje!

*Carlos Pompe

Há 50 anos, João Amazonas, Pedro Pomar, Calil Chade e o deputado estadual do PSB, Jetero
Faria Cardoso, realizaram em São Paulo, capital, um ato comemorativo dos 40 anos do Partido
Comunista do Brasil. Foi a primeira atividade pública dos que não aceitaram a mudança
dos estatutos, do programa e do nome, para Partido Comunista Brasileiro, da entidade
fundada em 1922. Porém a sigla PCB, desde a fundação usada pelos comunistas, só era citada
eventualmente pelos reorganizadores. Eles optavam por escrever o nome do partido por
extenso ou por grafar PC do Brasil. O Partido Comunista Brasileiro se apoderou, política e
historicamente, da sigla PCB.

Desde o início, os reorganizadores reivindicaram a herança política e histórica do Partido
Comunista do Brasil, incorporando e defendendo as características que consideravam
revolucionárias e leninistas. Ao mesmo tempo, não negavam, mas faziam uma dura apreciação
crítica (autocrítica) do que consideravam reformista e revisionista na atividade prática e
teórica desenvolvida nos 40 anos anteriores da organização. Porém, na atuação desenvolvida
naquele período, inclusive pelo amplo prestígio e liderança de Luiz Carlos Prestes, principal
figura, à época, do PC Brasileiro (PCB), era difícil para os reorganizadores se apresentarem
como os verdadeiros herdeiros da trajetória comunista iniciada em 1922.

Um dos reorganizadores e, depois, dirigente do Partido, Dyneas Aguiar, contou ao historiador
Augusto Buonicore a origem da sigla que passou a diferenciar mais amplamente os dois
partidos: “A sigla PCdoB, para a qual não existia precedente, surgiu numa dessas reuniões
em Brasília com a participação de Amazonas. Nos primeiros documentos ainda se escrevia
Partido Comunista do Brasil, sigla PCB. A ideia de incluir o DO se deu numa reunião com alguns
jornalistas. Alguém falou: ‘vem cá, que negócio complicado é esse, tem PCB e PCB? Dois PCB?
Como podemos diferenciar os dois partidos? Não poderia ficar PCB e PCdoB’, pondo a tônica
no DO. Não sei precisar exatamente quem teve a brilhante ideia (...) Isso, possivelmente,
deve ter acontecido em meados de 1963. Nascida num clima descontraído, a coisa acabou
pegando. O Partido Comunista do Brasil tinha agora uma nova sigla: PCdoB”. Numa conversa
que Buonicore teve com Moniz Bandeira, este disse que a proposta partiu dele.

O baiano Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira é professor universitário, cientista político
e historiador luso-brasileiro, especialista em política exterior do Brasil e suas relações
internacionais, principalmente com a Argentina e os Estados Unidos. Um dos fundadores,
após o golpe militar de 1964, da organização Política Operária (Polop), é autor de vários livros,
dentre eles O Ano Vermelho – Revolução Russa e seus Reflexos no Brasil (1967), Lênin, Vida e
Obra (1978), Formação do Império Americano - da guerra contra a Espanha à guerra no Iraque
(2005).

Em 1985, com a reconquista da liberdade partidária, os comunistas passaram a atuar
legal e plenamente, e assim o fazem até hoje. Em 1986, pela primeira vez candidatos
se apresentaram com a sigla PCdoB, na eleição para a Constituinte. Foram eleitos
deputados constituintes Aldo Arantes (GO), Edmilson Valentim (RJ), Eduardo Bonfim

(AL), Haroldo Lima (BA) e a atual senadora pelo Partido Socialista Brasileiro, Lídice da
Mata (BA). Antes, em 1978, pelo Movimento Democrático Brasileiro, MDB, o operário
Aurélio Peres foi eleito deputado federal por São Paulo. No seu segundo mandato,
assumiu, juntamente com os parlamentares federais do então PMDB, Haroldo Lima
(BA), José Luiz Guedes (MG) e Aldo Arantes (GO), a legenda do PCdoB. Quando o
deputado federal por São Paulo, Aldo Rebelo, presidiu a Câmara Federal, o PCdoB
chegou a exercer a Presidência da República, na ausência do país do então presidente
Lula e seu vice, José Alencar.

*Carlos Pompe, jornalista, comunista revolucionario, curioso do Mundo e da Vida.

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Um comentário:

Francisco de disse...

NÃO É UM COMENTARIO, É POUCO DOS ACOMTESSIMENTOS.Nestes 25 de março, data que se comemora os 90 anos do Partido Comunista do Brasil, a câmara Municipal de Camocim, homenageou com uma sessão solene os 90 anos de existência do partido, e os 87 anos de história de militância na cidade de Camocim. Marcaram presença no local, Militantes, Filiados, e amigos do partido, e um representantes do Comitê Estadual do Ceará, Luciano Simplício,
Fizeram parte da mesa, o presidente do PCdoB, Francisco Wilson de Oliveira, e o 1º secretário, Francisco Jose Rodrigues, e o historiador Camucinense, autor do livro, CIDADE VERMELHA. Prof. Carlos Augusto. Que, de forma didática, expôs toda história do partido, desde sua fundação, aqui na cidade. Que na avaliação da critica, a partir de agora, as portas do Município se abram para o Partido Comunista do Brasil fazer a transformação política, que a tempos essa sociedade espera.