domingo, agosto 28, 2011

Artigo do dirigente comunista José Reinaldo, dá os rumos que o PCdoB deve seguir nestes momentos de crise capitalista!!!



PCdoB: Um partido de luta para enfrentar grandes desafios

Em todo o Brasil estão sendo realizadas as Conferências Municipais do Partido Comunista do Brasil. Até outubro acontecem também as Conferências Estaduais. O momento é propício para fazer um balanço da atividade partidária e traçar as orientações para o período imediato.
Por José Reinaldo Carvalho*

São grandes os desafios para o nosso PCdoB. O mundo vive dias turbulentos, com o agravamento da crise do capitalismo, que é sistêmica, profunda, extensa e duradoura, como advertiu o 12º Congresso e tem assinalado com freqüência o Comitê Central.

Guerras imperialistas de agressão aos povos arrastam-se, novos conflitos eclodem, mostrando a natureza do imperialismo, contrária às liberdades, à soberania das nações, aos direitos dos povos. Atualmente, estamos vendo aonde levam os crimes do imperialismo. Sob o pretexto de caçar um governante com o qual não simpatizam, os agressores imperialistas estão a provocar a destruição da Líbia onde já provocaram uma crise humanitária. O objetivo é apossar-se de um país rico em petróleo e estrategicamente bem posicionado.

Não nos iludamos, o Brasil não é um oásis de paz e tranqüilidade. As ameaças que pesam sobre povos de plagas distantes também pairam sobre nós, latino-americanos.

As receitas dos governos neoliberais e conservadores para a crise econômica são repetições de velhas fórmulas: mais espoliação dos trabalhadores e dos povos, a fim de salvar os lucros das transnacionais, do capital monopolista-financeiro.

Este cenário internacional deve ser levado em consideração no momento de discutir o partido e suas tarefas. Não há um só traço da realidade que se assemelhe ao mundo cor de rosa, de distensão, paz, vigência do direito internacional, harmonia entre as nações e respeito aos direitos humanos, presentes na propaganda dos serviçais do imperialismo na mídia, nos governos conservadores e nos partidos sociais-democratas.

Mais do que nunca, os trabalhadores e os povos precisam de partidos de oposição a este sistema, a este estado de coisas, de luta tenaz e frontal por uma nova ordem mundial. Um partido que seja capaz de levantar a bandeira da paz, com perspectiva anti-imperialista, solidário com os povos agredidos, defensor da soberania nacional, dos direitos dos trabalhadores. Um partido de esquerda, revolucionário, comunista, anticapitalista e anti-imperialista, com a mirada histórica voltada para a luta pelo socialismo.

Esses desafios se apresentam também na cambiante realidade latino-americana e nacional. O quadro político brasileiro faz parte das lutas, conquistas e avanços do movimento democrático e anti-imperialista em nossa região. O terceiro governo democrático e patriótico brasileiro, depois dos exitosos dois mandatos de Lula e tornado realidade com a eleição da presidente Dilma, precisa se fortalecer e consolidar para o país avançar na realização de transformações de fundo.

O debate sobre o partido leva em conta este cenário. Os comunistas reafirmam sua orientação de lutar pelo êxito do governo da presidente Dilma para fazer avançar as conquistas democráticas e populares, viabilizar medidas políticas e econômicas que assegurem o desenvolvimento nacional com valorização do trabalho e bem-estar social.

Este avanço depende da existência de um núcleo de esquerda forte, da unidade entre as amplas forças democráticas e populares, do desenvolvimento das lutas das massas populares e do êxito na realização de uma plataforma de combate pelas reformas democráticas estruturais: reforma política, dos meios de comunicação, reformas agrária e urbana, educacional, do sistema de saúde e tributária. O PCdoB deve atuar como pólo aglutinador e mobilizador dessas lutas, despertando a consciência e a organização do povo e promovendo sua unidade.

Sobre esse pano de fundo, o Partido organiza as suas conferências municipais e estaduais. Reafirma a sua identidade comunista, sua ideologia marxista-leninista, seu caráter de classe como partido dos trabalhadores, os seus objetivos programáticos, o rumo socialista e o caminho viável proposto pelo 12º Congresso de organizar a luta por um Novo Plano Nacional de Desenvolvimento. Mais do que nunca, é necessário agir de acordo com os princípios, basear-se no programa, ter descortino estratégico e tirocínio tático. Ao contrário do que pretende o senso comum, que supõe ser o momento propício para a despolitização, o espontaneísmo e o partido desideologizado, nunca precisamos tanto da ideologia e da grande política como agora.

Armado com esses princípios, o partido equaciona as suas tarefas organizativas mais urgentes: expansão das fileiras, estruturação de organismos de bases e intermediários, fortalecimento das direções, formação de quadros comunistas, planos políticos e de ação em todas as frentes – eleitoral-institucional, de massas, organizacional e da luta de ideias.

Na elaboração desses planos políticos e de ação, é indispensável debruçar-se sobre o cenário pré-eleitoral e traçar planos imediatos que resultem numa vitoriosa campanha eleitoral em 2012. O momento é de lançamento de pré-candidaturas, de intensa articulação política e eleitoral para obter apoios de aliados, de filiações amplas, de extensão das fileiras, de preparação das nominatas próprias a fim de eleger vereadores. Um vitorioso desempenho eleitoral do PCdoB em 2012 é passo decisivo para o fortalecimento dos comunistas como corrente transformadora no país.

As tarefas são múltiplas. O reducionismo é má companhia e mau conselheiro. Bom mesmo é o método recomendado pelo velho Mao: direção partidária coletiva e tocar piano com os dez dedos.

*Secretário nacional de Comunicação do PCdoB

Um comentário:

Antonio Xaolin disse...

Prezado Luiz, este artigo do Zé reforça a máxima que diz: é preciso ficar atento e forte e não ter tempo de temer a morte! Um partido como o PCdoB deve manter sempre sua linha revolucionária, ser ousado para poder avançar e seguir em frente ao rumo socialista. Nas conferências estaremos atentos e não titubearmos.