terça-feira, agosto 21, 2007

Solidariedade e repudio aos ataques contra o professor João Quartim de Moraes!!!!

O renomado professor João Quartim de Moraes, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), militante do PCdoB, tem sido vitima recentemente de infames agressões por parte de um elemento de extrema-direita. Nestes ataques, que enviamos em anexo, este individuo investe enfurecido contra uma entrevista concedida pelo professor à Revista Princípios, a propósito da publicação da segunda edição de “A esquerda militar no Brasil”. Nesse sentido, solicitamos seu apoio e solidariedade ao professor Quartim, que pode ser feita através da assinatura de petição on line em:



http://www.petitiononline.com/1848mc/petition.html

segunda-feira, agosto 20, 2007

Este Pompe não é mole não!!! Seus artigos no "Vermelho" são imperdíveis!!!!!!

Deus, orgulho e preconceito

por Carlos Pompe*


A entrevista com Richard Dawkins, a pretexto do livro Deus, um delírio, aqui reproduzida na semana passada, levou um estudante que freqüenta um estabelecimento de ensino de orientação cristã a me escrever que, na sua escola, o livro já causou polêmica (mesmo antes de ser lançado!), e adiantou sua opinião: “Eu concordo que a religião tem que ser debatida e discutida. Mas eu ainda acho que Deus não é orgulhoso e muito menos homofóbico!!!! Homofobia é discriminar alguém por sua opção sexual. Acredito que Deus não faz isso... alguns religiosos e algumas religiões, sim”.


Ira de Deus: expulsos do Paraíso É uma opinião corrente, que merece ser avaliada. A história de Deus, para os cristãos, é narrada na Bíblia. Deus não é orgulhoso? Bem, essa é o que se poderia chamar a versão de alguns religiosos, mas não do Livro Sagrado. No Êxodo 34:14, Javé disse a Moisés: “Não se prostre diante de outro deus, porque Javé se chama Ciumento: ele é um Deus ciumento”. Em Levítico, 19:1-2, 1 “Javé falou a Moisés: ‘Diga a toda a comunidade dos filhos de Israel: Sejam santos, porque eu, Javé, o Deus de vocês, sou santo’”.
Quanto a discriminar alguém por opção sexual... Javé fala a Moisés em Levítico 18:22: “Não se deite com um homem, como se fosse com mulher: é uma abominação.” E no mesmo livro, 20:13: “O homem que se deita com outro homem, como se fosse mulher, está cometendo uma abominação. Os dois serão réus de morte, e o sangue deles cairá sobre eles mesmos.” Mas do que discriminar, criminaliza e condena à morte (ou “o sangue deles cairá sobre eles mesmos” seria resultado da castração?).
No Novo Testamento, temos: “Por isso, Deus entregou os homens a paixões vergonhosas: suas mulheres mudaram a relação natural em relação contra a natureza. Os homens fizeram o mesmo: deixaram a relação natural com a mulher e arderam de paixão uns com os outros, cometendo atos torpes entre si, recebendo dessa maneira em si próprios a paga pela sua aberração” (Primeira Carta aos Romanos, 1:26-27); “Vocês não sabem que os injustos não herdarão o Reino de Deus? Não se iludam! Nem os imorais, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os depravados, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os caluniadores irão herdar o Reino de Deus” (Primeira Carta aos Corintos 6:9-10); “Sabemos que a Lei é boa, contanto que a tomemos como uma lei. Ela não é destinada ao justo, mas aos iníquos e rebeldes, ímpios e pecadores, sacrílegos e profanadores, parricidas e matricidas, homicidas, impudicos, pederastas, mercadores de escravos, mentirosos, para os que juram falso, e para tudo o que se oponha à sã doutrina, de acordo com o Evangelho glorioso do Deus bendito, que me foi confiado” (Primeira Carta a Timóteo 1:8-11).
O estudante considera que “a Bíblia, as religiões e tudo mais, passaram por milhares de anos, por milhares de interpretações...” Sem dúvida. Mas o que acima está citado foi retirado do texto bíblico, antigo e novo testamentos, e não de suas interpretações...

sábado, agosto 18, 2007

A putada tá cansada!! De que????

Meu amigo revolucionário de priscas eras, Vasco Nunes, me enviou este artigo do Lula Miranda sobre o cansaço dos que exploram o povo brasileiro há mais de 500 anos e seus idiotas acólitos. Leiam, comentem!!

Lula Miranda

A elite branca "cansou". Resolveu, em sinal de protesto, fazer barulho e
demonstrar toda sua indignação. Pode-se vê-los, mais uma vez, devidamente
"enquadrados" numa charge do Angeli, onde se vê, como que numa coreografia
mais ou menos ensaiada, esses singulares membros da nossa sociedade com os
braços para cima a chacoalhar suas jóias e Rolex num veemente e ruidoso
protesto. Indubitavelmente bastante ruidoso e veemente... Risível, decerto.

A elite branca, em definitivo, cansou de conviver com um operário na
Presidência da República. Um presidente "monoglota" e sem curso superior é
duro de agüentar. E os familiares do presidente então!? Todos de uma pobreza
lastimável. Onde foi parar o "glamour" da Presidência da República?

A elite branca cansou desse romantismo ignaro e pobre do proletariado no
poder. Esse negócio do Partido dos Trabalhadores "lotear" a máquina pública
colocando sindicalistas e outros "desqualificados" em cargos estratégicos da
administração federal, é duro de engolir. Esses cargos, você há de se
recordar, eram antes todos de livre provimento das elites brancas. Claro!
Pois só eles sabem governar, só a eles, e aos seus, devem ser reservados os
melhores empregos, escolas, faculdades, casas e hospitais.

Esse negócio de pagar faculdade para pobre também é algo que a elite branca
já não suporta mais. Cotas para negros e pobres nas Universidades Públicas,
então, é algo intolerável. O que é pior: essa história de investimentos em
um sistema universal de saúde à custa do rico dinheirinho dos impostos não
pagos pela elite branca, é para acabar.

Fernando 10:30(1 minuto atrás) A elite branca cansou de carga tributária
extorsiva para financiar essa tal bolsa-esmola. Cansou de ver os seus iguais
"enquadrados", não pelas charges inteligentes do cartunista Angeli, mas pela
Polícia Federal mesmo, em horário nobre da TV. Tem "madame" e "doutor"
chacoalhando as algemas e fazendo test-drive em camburão zero quilômetro,
modelo 2007/2008.

A elite branca quer cheirar sua cocaína em paz e harmonia. A mesma cocaína
que desce os morros e favelas para abastecer as festas, e mancha de sangue a
alvura de sua hipocrisia branca; não quer a Força Nacional, e o que sobrou
da polícia digna e cidadã do Rio de Janeiro, causando contratempos ao bom
andamento dos "negócios" no complexo de favelas do Alemão. A elite branca,
empalidecida, não admite que o governo da Venezuela não renove a concessão
da RCTV, pois temem que um dia a "sua casa", a sua Rede Globo de Televisão,
encontre o mesmo destino

Fernando 10:30(0 minutos atrás) elite branca não interessa que nesse mesmo
governo, que lhes causa indignação e cansaço, o emprego formal bate recorde
após recorde: só no primeiro semestre desse ano de 2007, foram criados cerca
de 1,096 milhão de empregos com carteira assinada. A elite branca tem
verdadeira ojeriza a pobres e desempregados - e também pelos pobres que
mofam nas filas em busca de emprego. A elite branca vetou o projeto de FGTS
para empregados domésticos - não gastaria o valor de um jantar para pagar a
parcela mensal do FGTS da criadagem. Como nos evidencia os nossos vexatórios
índices sociais, a nossa elite branca é por demais benevolente e generosa.


Portanto, deixe a elite branca reclamar, e clamar aos quatro ventos o seu
cansaço. Afinal, o Veuvet Clicquot nunca esteve tão barato: virou "carne de
vaca", "todo mundo" hoje está bebendo. Viajar ao exterior então! E esse tal
"caos aéreo" é, em grande parte, culpa das passagens muito baratas e dessa
"gentalha" que deixou de viajar de ônibus (ou de pau-de-arara) e passou a
viajar de avião, enchendo assim os aeroportos e aviões com sua pobreza e
maus modos. Um horror! Viajar de avião antes era exclusividade dos
bem-nascidos.

A elite branca detesta o governo Lula. A elite branca detesta pobre. A elite
branca adora as revistas Caras e Veja, os jornais Folha de S.Paulo e Estado
de S. Paulo e a rede Globo. A elite branca enxerga o país como uma jazida a
ser explorada até a exaustão, apenas isso. E o povo brasileiro, os escravos
de sempre que aí estão para servi-la.
Apenas isso e não mais que isso.

terça-feira, agosto 14, 2007

Comunistas de Brasilia convidam todos para discutir sua estratégia!!!!!

14º Conferência Regional do PCdoB-DF


Camaradas,

Convidamos a todos filiados e amigos para participarem do debate :

Um partido a altura dos seus desafios no DF.

Mesa: Walter Sorrentino - Secretário Nacional de Organização do PCdoB
JÔ MORAES - Deputada Federal MG (membro do Comitê Central do PCdoB)
Enelson Gomes _ Secretário de Organização do PCdoB-DF
Apolinário Rebelo - Presidente do PCdoB-DF ( Moderador).

Local : Associação Médica de Brasília - AMBR 713/913 sul ( Perto da FACULDADE UNIP)
Horário : 19:30 hs
Data : 16 de agosto de 2007.

Recomendamos a leitura dos seguintes documentos anexos.
Haverá abertura de intervenções para perguntas e tirar dúvidas sobre o tema.

PARTICIPEM E CONVOQUEM OS MILITANTES E FILIADOS AO PARTIDO!!!!

Alan Bueno
Secretário de Formação e Juventude.
Pelo Comitê Regional do PCdoB-DF.

segunda-feira, agosto 13, 2007

O Brasil quer a Vale do Rio Doce de volta!!!!

A VALE É NOSSA

Isto não Vale!
Queremos participação no destino da Nação
Não vale!
Vender a CVRD - Companhia Vale do Rio Doce por 3,3 bilhões de reais, não
Vale! O valor estimado em 1997, época do Leilão era de 92 bilhões de reais,
ou seja, 28 vezes mais do que foi vendida.
Também não vale o Banco Bradesco ter sido um dos avaliadores da companhia e
ao mesmo tempo um dos compradores deste verdadeiro patrimônio público
brasileiro.
Não vale o superávit primário que retira recursos destinados à educação,
saúde, moradia. Não vale continuar pagando a dívida externa e interna.
Não vale dobrar-se diante das políticas neoliberais deste modelo econômico.
Mas também não vale os movimentos sociais preocuparem- se apenas com sua
agenda e não investir no conjunto de lutas articuladas para mudar este
modelo.
Nesta Cartilha vocês vão encontrar elementos e subsídios para debatermos com
os setores populares qual o Brasil que queremos e como recuperar a Companhia
Vale do Rio Doce para o povo brasileiro, participando do Plebiscito sobre a
Privatização da Vale, em Setembro de 2007.
O que Vale então:
Vale o Plebiscito sobre a Privatização e a reestatização da Vale do Rio
Doce. Este exercício de participação popular garante a soberania da nação.
Vale o Presidente Lula ter dito no segundo turno das eleições que "foi um
erro a privatização da Vale do Rio Doce". E isso faremos questão de cobrar.
Vale realizar assembléias populares municipais e estaduais para construir o
Plebiscito.
Vale manter a autonomia das forças populares, estimular as lutas sociais,
retomar o trabalho organizativo de base.
Informações e contato
Secretaria Nacional da Campanha da Vale
Rua da Abolição, 227 - 2° andar - tel: (11) 3105.9702
Site: www.avaleenossa. org.br
Correio eletrônico: avaleenossa@ yahoo.com. br

sexta-feira, agosto 10, 2007

Parente do Conde Drácula coloca o dedo na ferida!!!!!

Meu amigo e irmmão Carlos Fernando, do alto de sua sagaz sabedoria, me manda lá de Marataizes, litorânea e afrodisíaca cidade do sul capixaba, artigo publicado no BLOG do Alon, que distrincha o pensamento da classe média, que antes chamávamos de pequena burguesia.
O Alon é um excelente jornalista meu amigo e trabalhamos juntos na Presidência da República quando Aldo Rebelo, o deputado federal comunista era Ministro da Coordenação Política.
Para quem não sabe, o nome complicado do Alon é porque ele é da Transilvânia, um pequeno principado na Romênia, de onde surgiu o Conde Dráculo em luta contra os que queriam dominar seu País e as histórias e estórias dai subsequentes. Dizem nas rodas jornalísticas de Brasilia, que Alon é parente distante da linhagem do Conde Drácula, o heróio romeno que virou lenda das histórias de terror e terrir.
Mas vejam abaixo o artigo e sintam como Alon tem realmente razão:
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O LIMITE DA AÇÃO POLÍTICA DA CLASSE MÉDIA!


Por Alon Feuerwerker

Jornalista.


Eu saudei desde o início a emergência do "Cansei". Não porque concorde com as motivações do "Cansei". Eu simplesmente torço para que o "Cansei" ajude a aquecer a sopa social e política do Brasil (leia É do jogo). No que depender da minha torcida, entraremos todos num novo período, em que amplos contingentes de cansados, seja qual for o motivo do cansaço, deverão ir às ruas (e à Internet) manifestar o seu inconformismo e dizer o que desejam mudar no statu quo. O "Cansei" tem despertado reações iradas. Mas a vida é assim mesmo. Do mesmo jeito que a turma do "Cansei" possivelmente possa achar os beneficiados pelo Bolsa Família um bando de vagabundos, que preferem ser sustentados pelo governo a trabalhar, é compreensível que os admiradores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva possam ver a turma do "Cansei" como um punhado de playboys e dondocas, insensíveis diante dos problemas sociais do Brasil. Aqui e ali no pessoal do "Cansei" nota-se gente que enxerga o governo federal como a ponta-de-lança de um movimento para transformar o Brasil numa nova Cuba. E do outro lado tem gente que desconfia das convicções democráticas do "Cansei", que vê nele o embrião de uma articulação golpista. Como a que pretendeu em abril de 2002 na Venezuela tirar, pela força, o presidente Hugo Chávez do poder. Tudo isso é do jogo. A opinião é livre. Só não vale ficar choramingando diante da agressividade alheia. Desde Isaac Newton sabe-se que a força aplicada por um corpo sobre outro produz como efeito outra força de mesma intensidade, só que aplicada pelo segundo corpo no primeiro. E o interessante nesse princípio da física clássica é que, ao contrário do que poderia supor o senso comum, as forças não se anulam. Porque os pontos de aplicação são diferentes. Eu repito, não acho ruim que as múltiplas insatisfações transbordem para as ruas. Os países não ficam piores quando as pessoas saem às ruas para atuar politicamente. Eles ficam melhores. O problema maior do "Cansei" é que por enquanto ele é um movimento restrito à classe média. Nada contra a classe média. Eu sou de classe média. Meus amigos são de classe média. Mas se eu tivesse projeto político, se tivesse projeto de poder, não investiria meu tempo e minhas melhores energias organizando movimentos de classe média. A classe média tem um problema. Ela tem grande dificuldade para enxergar além dos seus próprios limites de classe. Antigamente a classe média era chamada de pequena burguesia. A pequena burguesia (ou classe média) de hoje agrupa empresários e assalariados. A espinha dorsal do discurso dela e de sua ideologia é a rejeição ao estado. Sintomaticamente, essa rejeição cresce na medida que o Estado é penetrado por novas forças sociais e políticas -e à medida em que as massas de trabalhadores e pobres conseguem arrancar do estado benefícios que antes eram exclusivos da classe média e dos ricos. É comum ouvir de representantes da pequena burguesia que "antigamente a escola pública era boa". Em geral, o comentário omite que "antigamente" a escola pública atendia meia dúzia de pessoas e que a maioria dos pobres estavam condenados ao analfabetismo. Mas a reclamação mais freqüente vinda da pequena buguesia é que o estado não devolve, na forma de bons serviços, os impostos que o contribuinte paga. A reclamação em muitos casos é justa. Só que a decorrência costuma ser tipicamente pequeno-burguesa: se o estado gasta mal o dinheiro dos impostos, então o sujeito deduz que o certo é pagar menos imposto. Você não vê por aí movimentos de classe média pelo fortalecimento e pela melhoria da qualidade da educação e da saúde públicas. Por que motivo eu digo que essa conclusão (vamos então pagar menos imposto) é pequeno-burguesa? Porque seus efeitos práticos esgotam-se no limite dos interesses imediatos da pequena burguesia. A classe média pagar menos imposto é uma solução para a classe média, mas não é uma solução para a maioria das pessoas. Para o trabalhador que não é de classe média o mais conveniente é que o imposto pago pelo pequeno-burguês (e pelo grande burguês, por que não?) resulte em educação grátis e boa para o filho do trabalhador que não é de classe média. E em atendimento médico bom e grátis para a família do trabalhador que não é de classe média. Anos atrás tomei conhecimento de uma pesquisa que me abriu os olhos para certas coisas. Acho que foi feita pelo ministério da Saúde quando o ministro era José Serra. A pesquisa mostrou na época que a avaliação do atendimento médico na rede pública era bem melhor entre os usuários do serviço do que entre a população em geral. Ou seja, a classe média xinga o atendimento prestado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), do qual ela não precisa, mas o pobre que depende do SUS defende e valoriza o SUS. Porque a pequena burguesia tem plano de saúde, mas o trabalhador que não é de classe média só tem o SUS. Enquanto a oposição não entender coisas como essa, vai ficar do jeito que está, com um ar apalermado a cada nova pesquisa de opinião sobre a avaliação do governo.

segunda-feira, agosto 06, 2007

Não deixem de ver o filme! É IMPERDÍVEL!!!!

Ronaldo Duque enviou para LUiz Carlos Antero e eu tomo a liberdade de reproduzir a chamada para ver o grande filme nacional!!!

Amigo LCA,

Meu filme "Araguaya, a Conspiração do Silêncio", será exibido no Canal Brasil nos dias:
06/08/2007 Segunda-feira às 22:00 hs
11/08/2007 Sábado às 23:00 hs
12/08/2007 Domingo às 13:30 hs
Grande abraço

Ronaldo Duque

sexta-feira, agosto 03, 2007

O mundo é pequeno, Cachoeiro é grande. Igual Penápolis!!!!!!!

Dêm uma olhada ali no BLOG do Luiz Aparecido no http://luiz-aparecido.zip.net e vejam o que Cachoeiro de Itapemirim, aquela cidade perdida nas montanhas do sul do Espírito Santo quer e deseja. Como o mundo tem suas sétimas maravilhas, Cachoeiro não se fez de rogado e vai ter também as suas séte maravilhas.

quinta-feira, agosto 02, 2007

Dino Graccio bota pra quebrar!! PAU NA DIREITA GOLPISTA!!!

CANSEI DE GOLPES
O Cansei adota como principal fundamento o caos aéreo - que, é óbvio, tem que ser interrompido - e apela à dor dos familiares e de todos nós, chocados e indignados com o desastre do vôo 3054.
Mas o Cansei, claramente golpista, tem nababescos padrinhos, confortavelmente instalados em São Paulo e dignos representantes da extrema direita brasileira.
Tenho futucado a internet à procura de material para escrever com maior propriedade sobre isso.
Aí, encontrei na excelente Revista Consultor Jurídico, fonte frequente deste Blogracio, o artigo transcrito abaixo.
É perfeito. Nada mais exato sobre o Cansei. O texto não cansa. Leia com atenção.
--------------------------------
"Briga interna
OAB-RJ diz que movimento Cansei é golpismo paulista"

O Cansei é um movimento de fundo golpista, estreito e que só conta com a participação de setores e personalidades das classes sociais mais abastadas do estado de São Paulo”.

A afirmação é da OAB do Rio de Janeiro, que publicou nota declarando que não considera o Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros, vulgo Cansei, como de caráter nacional. “Tanto no ponto de vista das Seccionais da OAB quanto do ponto de vista das demais entidades que estão participando. É, na verdade, um movimento estritamente paulista”, diz a entidade fluminense.

O movimento tem a assinatura da OAB paulista, mas é articulado pelo apresentador João Dória Júnior, conhecido pelas boas relações com o PIB nacional, Sérgio Gordilho, presidente da agência África, e representantes da Fiesp, poderosa entidade dos barões da indústria paulista, segundo a entidade. A intenção do grupo é “sensibilizar” os brasileiros a pararem durante um minuto, às 13 horas do dia 17 de agosto, quando o acidente com o avião da TAM completará 30 dias.

O movimento se diz apartidário. Mas, o governo não tem a mesma interpretação. O Palácio do Planalto, que conta com o apoio irrestrito dos movimentos sociais com MST e UNE, já prepara uma reação.

A OAB do Rio diz que também cobra das autoridades investigações sobre o acidente. “No entanto, não aceita que essa tragédia seja utilizada de forma golpista das classes mais abastardas de São Paulo. A OAB do Rio de Janeiro cobra a regularização dos serviços do sistema aéreo brasileiro”, diz a nota.

Segundo a secional, uma das soluções para o problema aéreo é a instalação de Juizados Especiais nos aeroportos. A idéia foi aceita pelo presidente da OAB, Cezar Britto.

“É importante ressaltar em relação a esse movimento paulista que até mesmo setores conservadores, esclarecidos, têm criticado a forma como essa tragédia da TAM vem sendo instrumentalizada por determinados setores. A OAB do Rio de Janeiro lembra que, em determinados momentos da vida nacional, a extrema direita já se assanhou, como agora está se assanhando novamente, e que isso não fez bem ao país”, completa o comunicado.

Segundo Luiz Flávio Borges D’Urso, presidente da OAB-SP, “não se trata de um ato político, mas de uma manifestação cívica de cidadania e de amor ao
Brasil”.

O ex-governador de São Paulo Cláudio Lembo (DEM) afirmou ironicamente que a iniciativa é liderada “por um segmento da elite branca. Deve ter
começado em Campos do Jordão”.

Fonte: Revista Consultor Jurídico, 31 de julho de 2007

Dino Graccio bota pra quebrar!! PAU NA DIREITA GOLPISTA!!!

CANSEI DE GOLPES
O Cansei adota como principal fundamento o caos aéreo - que, é óbvio, tem que ser interrompido - e apela à dor dos familiares e de todos nós, chocados e indignados com o desastre do vôo 3054.
Mas o Cansei, claramente golpista, tem nababescos padrinhos, confortavelmente instalados em São Paulo e dignos representantes da extrema direita brasileira.
Tenho futucado a internet à procura de material para escrever com maior propriedade sobre isso.
Aí, encontrei na excelente Revista Consultor Jurídico, fonte frequente deste Blogracio, o artigo transcrito abaixo.
É perfeito. Nada mais exato sobre o Cansei. O texto não cansa. Leia com atenção.
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"Briga interna
OAB-RJ diz que movimento Cansei é golpismo paulista"

O Cansei é um movimento de fundo golpista, estreito e que só conta com a participação de setores e personalidades das classes sociais mais abastadas do estado de São Paulo”.

A afirmação é da OAB do Rio de Janeiro, que publicou nota declarando que não considera o Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros, vulgo Cansei, como de caráter nacional. “Tanto no ponto de vista das Seccionais da OAB quanto do ponto de vista das demais entidades que estão participando. É, na verdade, um movimento estritamente paulista”, diz a entidade fluminense.

O movimento tem a assinatura da OAB paulista, mas é articulado pelo apresentador João Dória Júnior, conhecido pelas boas relações com o PIB nacional, Sérgio Gordilho, presidente da agência África, e representantes da Fiesp, poderosa entidade dos barões da indústria paulista, segundo a entidade. A intenção do grupo é “sensibilizar” os brasileiros a pararem durante um minuto, às 13 horas do dia 17 de agosto, quando o acidente com o avião da TAM completará 30 dias.

O movimento se diz apartidário. Mas, o governo não tem a mesma interpretação. O Palácio do Planalto, que conta com o apoio irrestrito dos movimentos sociais com MST e UNE, já prepara uma reação.

A OAB do Rio diz que também cobra das autoridades investigações sobre o acidente. “No entanto, não aceita que essa tragédia seja utilizada de forma golpista das classes mais abastardas de São Paulo. A OAB do Rio de Janeiro cobra a regularização dos serviços do sistema aéreo brasileiro”, diz a nota.

Segundo a secional, uma das soluções para o problema aéreo é a instalação de Juizados Especiais nos aeroportos. A idéia foi aceita pelo presidente da OAB, Cezar Britto.

“É importante ressaltar em relação a esse movimento paulista que até mesmo setores conservadores, esclarecidos, têm criticado a forma como essa tragédia da TAM vem sendo instrumentalizada por determinados setores. A OAB do Rio de Janeiro lembra que, em determinados momentos da vida nacional, a extrema direita já se assanhou, como agora está se assanhando novamente, e que isso não fez bem ao país”, completa o comunicado.

Segundo Luiz Flávio Borges D’Urso, presidente da OAB-SP, “não se trata de um ato político, mas de uma manifestação cívica de cidadania e de amor ao
Brasil”.

O ex-governador de São Paulo Cláudio Lembo (DEM) afirmou ironicamente que a iniciativa é liderada “por um segmento da elite branca. Deve ter
começado em Campos do Jordão”.

Fonte: Revista Consultor Jurídico, 31 de julho de 2007

Dino Graccio bota pra quebrar!! PAU NA DIREITA GOLPISTA!!!

CANSEI DE GOLPES
O Cansei adota como principal fundamento o caos aéreo - que, é óbvio, tem que ser interrompido - e apela à dor dos familiares e de todos nós, chocados e indignados com o desastre do vôo 3054.
Mas o Cansei, claramente golpista, tem nababescos padrinhos, confortavelmente instalados em São Paulo e dignos representantes da extrema direita brasileira.
Tenho futucado a internet à procura de material para escrever com maior propriedade sobre isso.
Aí, encontrei na excelente Revista Consultor Jurídico, fonte frequente deste Blogracio, o artigo transcrito abaixo.
É perfeito. Nada mais exato sobre o Cansei. O texto não cansa. Leia com atenção.
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"Briga interna
OAB-RJ diz que movimento Cansei é golpismo paulista"

O Cansei é um movimento de fundo golpista, estreito e que só conta com a participação de setores e personalidades das classes sociais mais abastadas do estado de São Paulo”.

A afirmação é da OAB do Rio de Janeiro, que publicou nota declarando que não considera o Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros, vulgo Cansei, como de caráter nacional. “Tanto no ponto de vista das Seccionais da OAB quanto do ponto de vista das demais entidades que estão participando. É, na verdade, um movimento estritamente paulista”, diz a entidade fluminense.

O movimento tem a assinatura da OAB paulista, mas é articulado pelo apresentador João Dória Júnior, conhecido pelas boas relações com o PIB nacional, Sérgio Gordilho, presidente da agência África, e representantes da Fiesp, poderosa entidade dos barões da indústria paulista, segundo a entidade. A intenção do grupo é “sensibilizar” os brasileiros a pararem durante um minuto, às 13 horas do dia 17 de agosto, quando o acidente com o avião da TAM completará 30 dias.

O movimento se diz apartidário. Mas, o governo não tem a mesma interpretação. O Palácio do Planalto, que conta com o apoio irrestrito dos movimentos sociais com MST e UNE, já prepara uma reação.

A OAB do Rio diz que também cobra das autoridades investigações sobre o acidente. “No entanto, não aceita que essa tragédia seja utilizada de forma golpista das classes mais abastardas de São Paulo. A OAB do Rio de Janeiro cobra a regularização dos serviços do sistema aéreo brasileiro”, diz a nota.

Segundo a secional, uma das soluções para o problema aéreo é a instalação de Juizados Especiais nos aeroportos. A idéia foi aceita pelo presidente da OAB, Cezar Britto.

“É importante ressaltar em relação a esse movimento paulista que até mesmo setores conservadores, esclarecidos, têm criticado a forma como essa tragédia da TAM vem sendo instrumentalizada por determinados setores. A OAB do Rio de Janeiro lembra que, em determinados momentos da vida nacional, a extrema direita já se assanhou, como agora está se assanhando novamente, e que isso não fez bem ao país”, completa o comunicado.

Segundo Luiz Flávio Borges D’Urso, presidente da OAB-SP, “não se trata de um ato político, mas de uma manifestação cívica de cidadania e de amor ao
Brasil”.

O ex-governador de São Paulo Cláudio Lembo (DEM) afirmou ironicamente que a iniciativa é liderada “por um segmento da elite branca. Deve ter
começado em Campos do Jordão”.

Fonte: Revista Consultor Jurídico, 31 de julho de 2007

quarta-feira, agosto 01, 2007

Provocações não faltarão!!!!!!

A publicação no Jornal do Commércio de Recife, de uma extensa discussão sobre a Guerrilha do Araguaia com sobreviventes daquele movimento e a repercussão em BLOGs como este e sites de esquerda, certamente vai provocar discussões e surgimento de versões das mais variadas.
Vão surgir figuras provocando o PCdoB e dirigentes do partido, como fez um assacando contra João Amazonas e outros militantes e dirigentes do partido. Devemos estar preparados para estas provocações e ficar espertos para que de nossa autocrítica e abertura de discussões não saia versões aproveitadas pela extrema direita, que tenta se rearticular pensando até em um golpe de Estado.
A discussão é importante e devemos aprofundá-la com espírito critico e vontade de superar os erros e angariar massa critica para que o espírito da revolução esteja sempre presente na mente e no coração dos brasileiros, principalmente os jovens.

Rediscutindo a Guerrilha do Araguaia-Segunda Parte

EX-GUERRILHEIROS COBRAM AUTOCRITICA DO PCDOB
Publicado em 30.07.2007


Ayrton Maciel A teoria de Mao Tsé-tung, o líder da revolução comunista chinesa, sobre guerra popular prolongada, partida do campo para as cidades, influenciou sobremaneira a direção do PCdoB, levando o Comitê Central à Guerrilha do Araguaia, entre 1967 e 1972. A expansão da guerrilha rural pela Ásia, tendo como maior exemplo o Vietnã, reforçou o dimensionamento dado pelo partido a um movimento igual partindo da selva amazônica. A escassez e dispersão da população atuou, entretanto, contra o planejamento. “Tínhamos que andar quilômetros para encontrar a massa rarefeita”, recorda o ex-guerrilheiro Pedro Albuquerque Neto. O PCdoB comete um segundo equívoco quando as Forças Armadas deflagram as inserções para liquidar a guerrilha: subdimensiona a influência da Transamazônica. A autocrítica do movimento não foi feita até hoje pelo partido. “Acho importante que o PCdoB levante uma reflexão”, defende Pedro, que há duas semanas, no Recife, junto com a esposa Teresa, reencontrou outros dois ex-guerrilheiros: Michéas Gomes de Almeida (Zezinho) e Dagoberto Alves Costa. A publicação da entrevista concedida pelo grupo ao JC, iniciada ontem, é concluída com esta página.

SOBREVIVENTES
PEDRO ALBUQUERQUE NETO – “A pauta da discussão sobre o Araguaia é ainda a de retomar os fatos que ocorreram. O que se precisa é a análise dos fatos. Tenho dificuldade de me aprofundar porque vejo o PCdoB ainda muito discriminado na mídia. Enquanto estiver assim e o PCdoB não se abrir para uma discussão mais profunda, é difícil falar sobre o Araguaia. O PCdoB não levantou ainda uma reflexão. Acho que é importante o PCdoB levantar uma reflexão aberta, chamar as pessoas (os sobreviventes) para falar. Qual o problema? Chamar aqueles que têm uma visão crítica daquilo (a guerrilha), uma reflexão dentro da esquerda e dentro do partido”.


DAGOBERTO ALVES COSTA – “A questão do PCdoB conosco (a desconfiança com os sobreviventes) é devido ao fato do partido não ter sabido administrar isso. Participar de uma guerra de guerrilha é uma experiência muito forte, nós nos renovamos politicamente. Nós não íamos aceitar aquela questão do centralismo democrático. Talvez por causa disso, e por se manter ainda um partido stalinista, eles não nos aceitaram. Acho que também contribuiu para isso o relatório do Ângelo Arroyo (chefe da Comissão Militar do Araguaia e dirigente do Comitê Central do partido, que acusou deserções e traições), que foi escrito no calor da emoção, e que veio com muito preconceito. Houve erros gerais. A própria direção errou. Tinha que ter olhado que ao entrar uma estrada no meio do teatro de operações (a Transamazônica), deveria recuar e não deflagrar um movimento que não tinha possibilidade de avançar”.


ZEZINHO DO ARAGUAIA – “O partido tinha se expandido e absorvido militantes de outras agremiações, que buscavam um veio como o Araguaia. Isso tornou, naquele momento, o PCdoB o partido com a visão mais adequada, porque não havia outra saída (a luta urbana estava sendo dizimada). Não adianta se buscar culpados, ficar acusando. Não adianta ficar olhando para o passado. Quando falamos da guerrilha hoje, estamos impregnados de outros conceitos que não aqueles que nos levaram à guerrilha. Para analisar a guerrilha, temos que analisar a sociedade na época. Naquele momento, quando faltou a liberdade no Brasil, surgiu o PCdoB – como poderia ser outra agremiação política – para fazer aquilo (a guerrilha)”.

AUTOCRÍTICA

DAGOBERTO – “A direção do partido foi muito influenciada por guerra popular, a visão da luta armada no Brasil. Esse documento de Mao Tsé-tung (líder da revolução comunista chinesa) influenciou muito a direção do partido. Diante de outras experiências, inclusive daquela na qual Zezinho participou, a de Trombas e Formoso, o partido foi ao Araguaia. Faltou uma visão na década de 50 para aproveitar a experiência de Trombas e Formoso e entrar com o movimento logo em seguida. A deliberação do 20º Congresso do PC da União Soviética, pela coexistência pacífica (URSS e Estados Unidos e a condenação ao stalinismo) arrefeceu o movimento. A direção (PCdoB) se entusiasmou imensamente com a idéia de guerra popular, com a sua ampliação na Ásia. O Vietnã era o espelho da direção. O decesso da luta urbana comprovava que o partido estava certo: a luta no campo seria realmente a luta correta. Só que não houve tempo, o tempo já tinha passado. O Exército entrou pela Transamazônica e liquidou rápido o movimento”.


ZEZINHO – “Eu assumo a responsabilidade por aquilo que eu fiz, não culpo outra pessoa pelo ato que assumi. É muito fácil dizer que o outro é que teve toda a responsabilidade, muita vezes ocultando a minha responsabilidade. Quando eu escuto alguém falar que fugimos de lá, é coisa que cada um tem que assumir. Ninguém cobrou isso. Ninguém tem o direito de acusar o outro pela atitude que tomou. Eu também não tenho o direito de acusar o PCdoB pelo que passei, eu fui porque eu quis”.


TERESA – “Não vejo o PCdoB como crítico dos que sobreviveram. O do Ceará sempre nos tratou com companheirismo, nos dando todo apoio. Acho que o partido, nas suas limitações, tentou ajudar (a reinserção na sociedade), pelo menos o do Ceará. Não sei a nível nacional”.


PEDRO – “Fui convidado a voltar para o PCdoB. Não quero voltar porque não quero mais me submeter ao centralismo democrático. Tenho até a impressão que o partido está perdendo isso. Tenho hoje uma visão mais libertária das coisas, mas tenho uma boa relação com o PCdoB”.

PCdoB X DITADURA

PEDRO – “Acho que estávamos ganhando da ditadura no campo político. Ela ia morrer por aquele caminho. Nos levar para à luta armada foi uma tática dos militares de linha dura, que estavam perdendo no campo político e nos forçaram a ir para um terreno que, embora nós defendêssemos, estávamos inferiorizados. Os militares nos reprimiram, nos sufocaram, nos proibiram de estudar e de trabalhar. Nos alijaram da massa urbana. E a opção pela luta armada, naquele momento, foi uma saída de derrotados. Quando fui para o Araguaia, fui como derrotado político. Muitas outras organizações foram para a luta armada, muitas saíram da dissidência no PCB, que deu muitos quadros para a luta. O PCdoB foi aquele que melhor se preparou, porque vinha trabalhando há muito tempo. A luta urbana foi um massacre e o PCdoB era profundamente crítico daquilo, defendia a luta rural, a guerra popular prolongada. Então, deve também estar aberto para críticas à luta armada rural da forma que ela ocorreu”.

A TORTURA.

PEDRO – O general Antônio Bandeira, que morreu sem falar muito (sobre o Araguaia), é que comandava a tortura. A gente era torturado com capuz na cabeça, mas eu o identificava pela voz, que se tornou familiar, e pela bengala. Quando a gente sentia a bengala, era ele”.


DAGOBERTO – “Todos nós passamos por isso. Não é brincadeira uma situação dessa, até hoje não gosto de falar, me sinto mal”.


ZEZINHO – “Quando eu falo que eu não aceito que chamem nenhum dos nosso companheiros de traidor é porque traidores são aqueles que não conhecem a história do Brasil. Nós estávamos lá. Nós somos agentes dessa história. Se foi bonito ou feio, a história que julgue”.

OS MORTOS

DAGOBERTO – “Sessenta dias depois de ter chegado, fui preso na mata (junho de 1972), logo após o nosso agrupamento ser emboscado, e o primeiro companheiro a ser abatido foi o Jorge (Bérgson Gurjão Farias, morto em combate, na primeira incursão do Exército). Lembro que um capitão pára-quedista mencionou que Bérgson tinha sido fotografado e enterrado por lá mesmo. Acredito que eles (os corpos) estão dispersos. O comandante pára-quedista foi muito claro comigo: ‘guerrilheiro é guerrilheiro’. Fotografavam os corpos apenas para comprovar que o cara tinha sido abatido. Tanto que, quando eu estava preso com o Danilo e o Dower, lá no PIC, de vez em quando eles iam na cela com fotos de companheiros. Na última incursão (do Exército), eles foram na cela coletiva, mostraram as fotos e disseram: ‘tá aqui, acabou-se’”.


O PÓS-GUERRILHA

ZEZINHO – “Eu nunca fui preso, mas tive que apagar tudo isso (da memória), porque eu não tinha outra alternativa que não me enfiar no trabalho, 18 horas por dia, domingo, feriado e dia santo, em São Paulo, onde fiquei quando levei o que sobrou do último combate lá no pé da Serra das Andorinhas, já quase 1975. Levei o Arroyo (Ângelo). Cheguei em São Paulo só com o Arroyo. Com minha certidão (de nascimento), tirei a identidade e depois o CPF com o nome de Antônio Pereira de Oliveira”.


PEDRO – “Depois de um ano preso, vim para o Recife, onde Teresa estava escondida. Eles queriam que eu dissesse onde estava a Teresa. Aí, vi que não tinha mais condições de ficar no Brasil, e decidimos ir para o exílio, em março de 1973. Fomos para o Chile, mas veio o golpe (general Augusto Pinochet), e decidimos ir para o Canadá. Quando houve a anistia (1979), retornamos para o Brasil e ensinei na Universidade Federal do Ceará. Em 2000, retornei à Faculdade de Direito, que terminei em 2003. Em 2004, resolvi voltar ao Canadá para fazer o doutorado em Criminologia”.


Os preparativos da guerrilha
Publicado em 30.07.2007


Depois de ser enviado à China para treinamento, o camponês do Pará, Zezinho do Araguaia, retorna ao Brasil em 1967, e retoma as tarefas para o PCdoB, partindo para o Araguaia. Os preparativos para o movimento, como o levantamento e mapeamento da área, foram iniciados com a chegada dos primeiros militantes do partido à região, a partir de 1967, na área do Bico do Papagaio. O planejamento previa o adestramento dos estudantes, operários e militantes do partido que chegassem das cidades para a sobrevivência na selva e o preparo dos guerrilheiros para a luta.
“Era uma guerrilha do campo para a cidade”, define o projeto o comunista Michéas Gomes de Almeida, o Zezinho do Araguaia, que ganhou notoriedade por inserir na mata os quadros urbanos recrutados pelo PCdoB. Somente em 1972 o agrupamento comunista é dividido em três destacamentos: o A, baseado na área da Transamazônica, o B, no vale da Gameleira, e o C, nas proximidades da Serra das Andorinhas. O PCdoB, ressalta Zezinho, foi o ponto de apoio encontrado por uma parcela da juventude disposta a mudar o País.

“Quando o golpe de 64 aconteceu, nós já apoiávamos o PCdoB. Em Goiás, os estudantes tomaram um quartel com todas as armas e munições. Foi o famoso assalto ao Tiro de Guerra de Anápoles. Então, a gente já fazia treinamento militar antes do golpe. Cinco desses companheiros foram depois presos. Como eu era o menos queimado do grupo, fui visitá-los no 10º DC (quartel do Exército). Depois disso, não pude mais ficar no Brasil. Foi quando eu parti para a China em 1966”, revive Zezinho.